A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus (pedido de liberdade) ao bicheiro João Arcanjo Ribeiro, quatro meses após a prisão na Operação Mantus. O recurso foi aprovado por unanimidade em sessão na tarde desta quarta-feira (25). Arcanjo deverá passar para o regime semiaberto.
O relator do recurso, desembargador Rui Ramos, disse em seu voto não haver “indícios suficientes” para imputar a João Arcanjo o crime de extorsão apresentado pela polícia como ocorrência de sequestro de um suposto concorrente no jogo de bicheiro. “Podem haver indícios de que ele tenha ordenado este crime. Mas não são indícios suficientes de que tenha sido ele”, disse.
O sequestro ocorreu em fevereiro de 2017, época em que o bicheiro estava preso por investigação na Operação Arca de Noé. Conforme a Polícia Civil, Arcanjo mandou sequestrar e extorquir um suposto concorrente que pretendia instalar o jogo do bicho em Juara (696 km de Cuiabá).
Arcanjo foi solto em fevereiro de 2018 e voltou à prisão em maio deste ano, com base na investigação da Operação Mantus sobre organizações criminosas de jogatinas. Além do bicheiro, foram presos na época Giovanni Zem, genro de João Arcanjo e acusado de chefiar o grupo de "Colibri", e o empresário Frederico Müller Coutinho, apontado como líder da organização FMC Ello.
No dia 11 deste mês, a Segunda Câmara Criminal mandou soltar quatro presos na Mantus – Alexandro Correia, Bruno Almeida dos Reis e Marcelo Conceição e Augusto Matias da Cruz.