O presidente da Amaggi, Judynei Carvalho, negou que a empresa não tenha pago o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação). Segundo ele, as empresas que compõem a trade teriam repassado R$ 388 milhões ao Estado em taxação do fundo. Ele foi ouvido nesta segunda-feira (23) na CPI da Sonegação e Renúncia Fiscais.
“É bastante triste esse argumento. A Amaggi é uma empresa bastante fiscalizada em todos os níveis [de governo], principalmente no estadual, e se estivesse alguma coisa neste sentido já teríamos problema lá atrás. Realmente não procede essa informação”.
Neste ano, a empresa já teria pago R$ 125 milhões do Fethab ao Estado, e no ano passado a quantia foi de R$ 104 milhões. Em 2017, o pagamento foi de R$ 87 milhões. Desde 2008, o montante somaria pouco mais de R$ 500 milhões.
O presidente do grupo foi convidado para a oitiva da CPI após declaração do deputado estadual Lúdio Cabral (PT) de que a Amaggi não teria pagado a cobrança do Fethab entre 2015 e 2018. Em junho passado, durante fala da tribuna do plenário, o petista disse, ao comentar a distribuição de impostos, que Amaggi não estaria cumprindo o determinado em lei.
Hoje, Judynei Carvalho avaliou, após negar a informação, que a Amaggi tem maior visibilidade na fiscalização por causa da presença do ex-ministro Blairo Maggi no grupo de acionistas. “Acredito que isso acaba contribuindo mesmo para uma fiscalização mais intensa das ações da empresa”.
O líder do governo, Dilmar Dal Bosco (DEM), membro suplementar, ao fim da oitiva da CPI, pediu desculpas ao empresário e sem citar o nome do deputado Lúdio Cabral disse que as informações divulgadas pelos representantes do Legislativo podem ter efeito negativo no mercado.
“Na CPI anterior [sobre as políticas de renúncia e incentivo] foi convocado um grande empresário por causa de uma declaração. E só dele ter vindo prestar depoimento, as ações da empresa desvalorizaram 2%. Isso é muito grave”.
O presidente da comissão, deputado Wilson Santos (PSDB), disse que a manifestação de Dal Bosco não é uma posição oficial da CPI. Ele disse ainda que irá analisar as informações que foram solicitadas à Amaggi para averiguar se o montante informado de pagamento do Fethab dito pelo empresário Judynei Carvalho corresponde à movimentação financeira.