Por 3 votos a 1, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação e Renúncias Fiscais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou pedido para que o empresário Lúcio Funaro seja ouvido em sessão secreta na tarde desta quinta-feira (19).
Dilmar Dal Bosco (DEM), que é substituto na CPI e participa hoje pela primeira vez de uma reunião, mobilizou Janaina Riva (MDB) e Nininho (PSD) para, juntos, consultarem a Procuradoria Legislativa sobre a possibilidade de a sessão ser fechada. Os deputados alegram infração à delação premiada de Funaro e à Lei de Abuso de Autoridade.
Como a Procuradoria deu resposta positiva ao questionamento, o pedido para que a oitiva do empresário Lúcio Funaro fosse aberta entrou em votação. Dilmar, Nininho e Janaína Riva votaram a favor e apenas o presidente da CPI, deputado Wilson Santos (PSDB), votou contra.
Antes de entrar para a oitiva, Lúcio Funaro afirmou que não via problema em ser ouvido em sessão aberta.
Funaro já prestou depoimento à CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na Câmara dos Deputados e declarou que o empresário Joesley Batista, do grupo empresarial J&F, omitiu declarações relacionadas à fraude de pagamentos de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias em Serviços (ICMS) em sua colaboração premiada firmada perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em Mato Grosso, a fraude pode estar ligada ao pagamento de propina a agentes políticos para favorecimento indevido e um empresário de Várzea Grande. Joesley, segundo Funaro, teria poupado o primo mato-grossense, Fernando Mendonça.
Funaro é peça chave da Operação Lava Jato e é apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha (RJ) em esquemas de corrupção e de lavagem de dinheiro. O depoimento dele na Câmara é que motivou sua convocação para Mato Grosso.