A senadora Selma Arruda filiou-se na tarde desta quarta-feira (18) ao Podemos. O ato, realizado em Brasília, e teve a participação da presidente nacional da sigla, Renata Abreu, do senador Álvaro Dias e o deputado federal, José Medeiros, presidente do grupo em Mato Grosso.
Selma diz que sua transferência de casa ocorre por conflitos com o filho do presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PSL), por apoio à CPI Lava Toga. O caso ganhou repercussão na semana passada, quando a senadora revelou que Flávio Bolsonaro gritou com ela, ao telefone, durante uma discussão sobre a investigação.
Num vídeo, divulgado na noite de ontem (17), em que explica alguns pontos que a levou à mudança de partido, o episódio com o senador é citado como o de maior pesado para sua decisão.
“Eu saí do PSL por causa do desentendimento com o senador Flávio Bolsonaro. Não foi apenas pelo fato de ele querer que retirasse a assinatura, mas pela forma indelicada, desrespeitosa com que ele me tratou”.
Selma ainda afirma que a ida para o Podemos não a afasta da base de governo de Jair Bolsonaro, mas aproveitou o ensejo para criticar medidas encaminhadas pelo PSL. Uma delas é modelo da reforma da Previdência em análise no Senado. Ela diz ser contra alguns itens, como a proposta para aposentadoria de policiais.
A segunda foi a transferência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Justiça, do ministro Sérgio Moro, para o da Economia, de Paulo Guedes.
Logo em seguida, a senadora diz que a “extrema afinidade” com os senadores do Podemos pesou na decisão da escolha de nova casa. “Por que estou indo pro Podemos? Por conta de afinidade extrema com o partido, porque eu tenho afinidade extrema com senadores. São pessoas, absolutamente, de uma liderança admirável”.
O Podemos é hoje a segunda maior bancada no Senado. O partido ganhou força com duas novas transferências, com 11 representantes. Seu tamanho passa a fazer frente a partidos tradicionais como o PSDB e PT.