Cidades

Uso excessivo de celular traz más consequências físicas e emocionais

O despertador toca às seis horas da manhã de segunda-feira. Mais um dia de trabalho ou de estudos na rotina de uma pessoa comum. Após se arrumar e tomar o café da manhã, você procura o melhor caminho no GPS ou solicita algum serviço de transporte para chegar ao seu destino. Ao longo do dia, anotamos dados, trocamos informações, efetuamos operações bancárias, fazemos compras, ouvimos músicas, conhecemos pessoas…

Você deve ter percebido que todas essas funcionalidades habituais no dia a dia possuem uma característica em comum. Elas podem ser feitas rapidamente – em poucos cliques – por meio de um aparelho celular. Os smartphones representam os avanços tecnológicos que vieram para facilitar tarefas do cotidiano. Porém, o seu uso excessivo pode acarretar em diversos problemas físicos e emocionais na saúde dos usuários.

Pesquisas apontam que a utilização exagerada do celular afeta, negativamente, a capacidade de comunicação das pessoas. Em algumas situações pode, inclusive, prejudicar o relacionamento familiar. É o caso de estudante Júlia Oliveira, de 17 anos.  A adolescente disse ao Circuito Mato Grosso que a navegação na internet, por meio do aparelho móvel, já causou diversos atritos com os parentes, mas que tem mudado esse quadro aos poucos.

“Costumava usar o celular com fones de ouvido, geralmente com som alto, para assistir séries e ouvir musicas. E isso já provocou muitos desentendimentos entre mim e a minha família porque eu não interagia com as pessoas. Eu as deixava no vácuo nas nossas reuniões, almoços e encontros por estar focada na tela. Estava me colocando em uma situação de isolamento sem perceber. Hoje tento me controlar mais e sinto que evoluí em relação a esse período”.

A estudante reconhece que a compulsão atrapalhou o seu desenvolvimento social e confessa que sentia medo ao se relacionar com pessoas e fazer novos amigos no dia a dia. “Eu evitava falar com desconhecidos na escola e em outros lugares por vergonha, medo e insegurança. Ficava nervosa ao falar com as pessoas, pois quando estamos navegando na internet pelo celular, não temos a necessidade de interagir com ninguém. E assim, entramos em uma nova dimensão, um novo mundo”.  

O psicólogo Marcos Meier destaca ainda que a imersão no mundo virtual também altera o comportamento dos indivíduos, principalmente os adolescentes, gerando distúrbios emocionais como a ansiedade, a depressão, insônia e, até mesmo, o suicídio. “A dependência da tecnologia equivale a dependência das outras drogas e substâncias. Uma das principais coisas, uma das maiores tendências, está aumentando a taxa de suicídio no Brasil”.

Os problemas, no entanto, não se restringem apenas ao aspecto psicológico. Segundo a fisioterapeuta Maria Theresa Barros, o uso descontrolado dos smartphones é capaz de gerar lesões ortopédicas em função da postura corporal inadequada dos usuários. “Durante o uso do celular, geralmente as pessoas ficam sentadas, com a coluna cervical e o pescoço flexionados. Essa posição, dependendo do tempo de uso, pode causar fortes dores na região”.

Maria Theresa ressalta que os braços também podem ser castigados na navegação no telefone móvel devido aos movimentos repetitivos dos dedos na digitação, gerando tendinites. “O punho dos usuários que usam o celular apenas com uma das mãos pode ser muito prejudicado, em razão do tamanho e do peso de alguns aparelhos”.

Deixando o vício de lado

Especialistas recomendam que as pessoas com esse perfil procurem acompanhamento médico, que vai fazer o encaminhamento correto do tipo de procedimento mais adequado. A psicóloga Larissa Portiolli enfatiza que com o auxílio do profissional de saúde é fundamental para que a eficácia do tratamento. "Ele o ajudará com técnicas para controlar o vício, para que não haja uma recaída e a pessoa volte a ser compulsiva pelo celular". 

A adolescente seguiu a dica e revelou que, apesar das dificuldades iniciais, conseguiu controlar a utilização exagerada do seu celular. “Abandonar um hábito que dá prazer, embora maléfico, é muito difícil. Fiz tratamento psicológico ao ver que o problema estava tomando proporções maiores e hoje, consigo me entreter de outras formas, como ler, desenhar e praticar atividades físicas. Óbvio que não deixei de usar celular, apenas aprendi a usar de forma moderada”.

 

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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