O governador Mauro Mendes vai suspender temporariamente a autorização de desmatamento no Estado. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (30), e ocorre após a polêmica dos incêndios na floresta amazônica puxados por Mato Grosso. Mendes disse que qualquer autorização ficará suspensa até o dia 30 de novembro, data para a qual também será prorrogado o período proibitivo de queimadas.
“Eu estou editando estes decretos ainda hoje. Com isso, nós vamos concentrar toda nossa energia para usarmos no combate aos desmatamentos ilegais e às queimadas ilegais que estão acontecendo em Mato Grosso”.
Conforme números do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Mato Grosso lidera os focos de queimada na floresta amazônica com mais de 13 mil registros, conforme dados atualizados até o início desta semana.
Atualizada divulgada ontem (29) pelo ICV (Instituto Centro Vida), o registro de focos de incêndio se manteve nos últimos nove dias (20 a 29 de agosto), intervalo em que houve 2.036. O coordenador de geotecnologia do instituto, Vinícius Silgueiro, diz que não dá para avaliar, neste momento, se houve aumento de casos.
ONGs (Organizações Não Governamentais) afirmam existir relação entre desmatamento e aumento de queimadas, sendo a segunda atividade realizada para limpar a área. Porém, Mendes afirma que a avaliação não corresponde à situação em Mato Grosso, que reduziu o primeiro 17% e registro aumento exponencial da segunda.
Multas milionárias
Conforme o governador Mauro Mendes, mais de R$ 60 milhões em multa foram aplicados a infratores flagrados em desmatamento ilegal durante esta semana. Elas foram aplicadas em operações que reuniram fiscais ambientais e policiais militares, ao longo desta semana.
“Nós temos mais de R$ 60 milhões emitidos em multa durante esta semana. E isso [as operações] vai ganhar força total. Nós iremos adotar uma política de tolerância zero com desmatamento”.
Mais cedo, o governador anunciou em seu perfil no Instagram que será implantada no Estado regras para a punição de desmatamento ilegal. Segundo ele, os proprietários flagrados no crime passarão a multados de R$ 1 mil a R$ 10 mil por hectare de mata derrubada, também ficarão sujeitos a embargos.