Balarama (बलराम), também conhecido como Baladeva, Balabhadra e Halayudha, é na verdade o irmão mais velho de Krshina. Balarama é frequentemente cultuado como um avatar do deus supremo Vishnu e tido por várias tradições como a expansão de Krishna. É marcadamente reconhecível pela sua força e pela sua pele, branca como o leite, que se destaca entre a pele vermelha-açafroada típica dos indianos. No mês de agosto, enquanto os brasileiros pedem a Omulu e São Lázaro pela melhoria do tempo seco, os hindus celebram o Lalahi Chhath em homenagem a Balarama.
A história nos conta que Lord Balarama nasceu como o 7° filho de Devaki e Vasudeva e acredita-se que os dois, Krishna e Balarama, teriam encarnado de dois fios do cabelo de Vishnu: um era branco e encarnava no ventre de Devaki, enquanto o outro era negro e encarnava-se como Balarama; como Kamsa estava matando os filhos de sua irmã Devaki, um Balarama não nascido foi para o útero de Rohini, outra esposa de Vasudeva, o que fez com que Balarama nascesse filho de Rohini. Acredita-se que ele é uma encarnação de Ananta: a cobra sobre a qual Krishna dorme. Balarama também é o companheiro de aventuras de Krishna; os dois irmãos se divertem nas florestas e bosques de Vrndavana, pastoreando os bezerros, brincando com os outros vaqueirinhos, lutando contra as pessoas e/ou animais que venham a pertubar a paz local, e aprontando outras travessuras infantis.
Balarama é uma manifestação da força e do poder e por isso seu nome quer dizer a força de Rama (Bala significa força e Rama significa desfrute) portanto Balarama quer dizer aquele que dá força espiritual e a ele os devotos rezam pedindo uma vida espiritual mais devota e elevada. Bala significa força espiritual, não física. Bala não deve e nem pode ser entendido como força física, afinal, ninguém pode alcançar a realização espiritual por força física pois ela termina com o fim do corpo físico mas a força espiritual acompanha a alma e, portanto, a força dada por Baladeva nunca é desperdiçada. A força é eterna e por isso Baladeva é o mestre espiritual de todos os devotos. Iconograficamente Balarama traz consigo um arado e uma maça (uma espécie de arma), símbolos de sua grande força usada sempre de forma correta e justa, mas na verdade, ele usa o arado por uma de suas principais características que é a capacidade de cultivar almas tal qual se faz com a terra, isso é, ele é um Guru Tatwa, ou seja, ele é a origem dos Gurus. Nos Vedas é dito que ninguém pode conhecer o Supremo Senhor sem ser antes favorecido por Baladeva e isso tem um significado profundo pois quer dizer que ninguém poderá obter a espiritualidade sozinho, sem a ajuda e presença de um intermediador, um instrutor, um Guru, um Mestre, obstante, esse instrutor deve ser qualificado como tal de forma verdadeira e não ilusória e isso é mostrado no encontro de Baladeva com Romaharsana.
Certa feita Baladeva matou um Guru chamado Romaharsana pelo mal desempenho de sua função. Romaharsana jamais em sua vida havia honrado um de seus discípulos, ele pensava e acreditava ser o maior de todos e sua mente desiquilibrada pelo poder e pela crença de ser evoluído afirmava com certeza que ninguém poderia se assemelhar a ele; Baladeva sabia disso e decidiu testa-lo. Como Romaharsana não costumava saudar nenhum devoto ele também não honrou Baladeva quando esse se aproximou dele. Em um instante Romaharsana perdeu a força de seu corpo e não conseguia dar continuidade ao oficio de ensino que estava desempenhando, então, Baladeva disse “tolo, você não respeita nenhum devoto e se julga superior a eles por que está dando hari-katha e eles estão ouvindo”, dito isso Baladeva o golpeou com uma palha Kusa, que não é mais que uma folha de grama. Hari Katha é o ensino das escrituras feita por um Guru a uma assembleia, atividade necessária na caminhada discipular. Balarama não tirou a vida física de Romaharsana por conta do Hari katha mas sim por conta da forma como seu coração agia em relação aos que o ouviam. É verdade que ele e Krishna haviam já sacrificado a vida de muitos indignos da mesma forma que haviam poupado a vida de tantos outros. Não seria Romaharsana, um sacerdote, um Guru, merecedor de misericórdia por parte da divindade?? Na verdade Balarama não teve raiva dele mas sim preocupou-se com os frutos que possivelmente poderiam vir de um Mestre indigno e por isso tirou-o do lugar de exemplo público que seu coração não lhe permitia estar, pois, o respeito do mestre para com seus discípulos é tão importante quanto o respeito dos discípulos para com o mestre.
Vejo com frequência pessoas que buscam a figura de um Sacerdote, de um Instrutor, de um Mestre, sem analisar sua caminhada e coração, levados apenas pela mídia ou pelos grupos a eles filiados. Sou levado a acreditar que as pessoas não buscam um Mestre mas sim uma imagem pública. Os discípulos são a família do Mestre e o Mestre Jesus deixou isso claro aos seus discípulos quando disse “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, apontando para os discípulos, acrescentou: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”. Ser discípulo de um Mestre requer a maturidade discipular de se certificar da verdade do Mestre que segue e essa certificação só vem pela vivência pré e pós. Falava certa feita com uma pessoa que me disse que seu Mestre é Jesus, ótimo, ele também é meu Mestre, mas minha carne não consegue alcançar a sutilidade do meu espirito e por isso preciso sim de um Mestre encarnado que me possibilite, me ajude, a sensibilizar minha realidade humana de uma forma tal que ela consiga acessar o meu espirito e, a partir daí, meu Mestre Real que se manifesta na luz do próprio Cristo. A algumas décadas o caminho discipular se tornou algo ‘pop’, é chique ter um guru, um nome, uma escola, um título. Mas não podemos nos esquecer de que a presença de um emissário da luz só tem sentido quando sua ação manifesta a evolução do espirito e não a satisfação fisio-pisiquico de se sentir bem. No século que vivemos é urgentemente necessário abrirmos nossos olhos para a verdade do Caminho Espiritual, afinal, Cristo disse “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” , e as escrituras nos dizem “Assim que um discípulo tolo tenta alcançar seu mestre espiritual e se torna ambicioso para ocupar seu cargo, ele cai imediatamente.” (Srimad-Bhagavatam 5.12.14). O sentido de Baralama ser o Adi Guru (Guru primordial) é exatamente o fato dele ser amigo da luz, amigo íntimo, representada por Krishna; e por ele viver próximo a luz é que ele consegue levar outros para perto dela, ou seja, ser um Guru, Mestre. Perceba que Baralama é meio irmão de Krishna, eles não são filhos da mesma mãe, e Krishna tam outros irmãos, no entanto, ele é o irmão primogênito, ou seja, ele segue a verdade de Krishna, ele vive com ele e nele, e por isso é seu irmão com ‘I’ maiúsculo.
Os tempos se passaram mais ainda hoje a devoção, a intimidade com o espiritual, são as provas de dignidade de um Mestre. Não importa a escola, não importa a corrente, não importa grau, não importa título, nada importa, a única coisa real e que deve sobressair aos olhos de quem o vê deve ser sua amizade com a luz, amizade verdadeira e não a suposta amizade que se mostra em poses, roupas, entrevistas, sites e palavras.
Vivencia, prática, observação, absorção, respeito, devoção, e fidelidade são as flores que embelezam a mesa de trabalho de todo verdadeiro discípulo e com as quais o mesmo compõem o buquê que entrega diariamente a seu Mestre. Certifique-se que seu exemplo é merecedor de suas flores.
A benção de meu Mestre Obashanan.
A benção de meus irmãos Ma. Yahawa, Me. Abaçuara, Ma. Yaçari, Me. Itanindé, Me. Arapitan, Me. Itauara, Ma. Ayasamir.
A benção a todos que manifestam aos seus a luz que traz em seu interior.
A benção a todos os buscadores, discípulos da luz.
Lorde Balaram e o Senhor Krishna são adorados com a mesma devoção por um e por todos. Que suas bênçãos sejam derramadas sobre todos vocês!