O juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros, autorizou a deputada Janaína Riva (MDB) a ser assistente de acusação no procedimento que investiga grampos telefônicos em Mato Grosso. Ela terá acesso aos documentos que compõem o processo para análise, com habilitação para propor meios de prova, apresentar questionamento às testemunhas e fazer defesa de inclusão de recursos sugeridos por ela mesma.
"Sempre confiei na Justiça de Mato Grosso e no andamento que essa ação teria ao voltar pro nosso Estado. Pedi para ser assistente da acusação no processo dos grampos telefônicos ilegais, pois assim como centenas de mato-grossenses, fui vítima dessa violação do direito constitucional e fundamental à privacidade, um crime que considero irreparável. Agora como assistente da acusação farei de tudo para que os reais criminosos sejam punidos, sem que haja benesses aos que se escondem atrás de poderosos cargos."
A deputada é uma das pessoas citadas em delação premiada de membros da Polícia Militar investigados por participação na operação dos grampos. Conforme o coronel Zaqueu, pessoas ligadas ao Ministério Público teriam pedido que ela entrasse num lista de “barriga de aluguel” (interceptação telefônica ilegal realizada junto com suspeitos de crimes). O alvo seria o pai da Janaína, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva.
Entrega de dispositivo
O cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa, entregou ontem (6) aos delegados que comandam as investigações dos grampos telefônicos um dispositivo que teria arquivos que comprovariam as interceptações delatadas por ele à 11ª Vara Criminal Especializada na Justiça Militar há pouco mais de três semanas.
O dispositivo é conhecido como “hard-lock”, equipamento que serve como memória móvel e está geralmente associado à aquisição de programas oficiais de computador. Ele possui um sistema de proteção de restrição de acesso, que necessita de renovação periódica e é geralmente usado, por exemplo, como armazenador alternativo de backup.