Política

Selma está no desespero por ter virado cliente do banco de réus, diz presidente da OAB-MT

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Mato Grosso, Leonardo Campos, disse que o ataque da senadora Selma Arruda (PSL) a advogados no Estado mostra “desespero” da ex-juíza por causa da implicação de seus nomes em casos de desvio jurídico.

Selma Arruda fez ataques direitos a advogados de investigados em operações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e à OAB-MT por causa de posições que ela considera "desmoaralizantes" das ações cujos alvos são, direta ou indiretamente, políticos e outros agentes púbblicos, como militares envolvidos nos grampos telefônicos. À época de algumas operações, Selma era juíza titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, na qual ficou concentrado grande parte das investigações.

“Acho estranho que tal acusação tenha vindo de uma pessoa que acabou de sair do ramo da magistratura. Ela sabe que a pessoa do advogado não pode ser confundida com a de seu cliente. Mas, me parece que ela mostra algum desespero, até mesmo pela voracidade do artigo, porque ela saiu do paladino da moralidade direto para cliente no banco de réus”, comenta.

Campos faz alusão à condenação da senadora por crime eleitoral no primeiro semestre pelo TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso). Ela foi condenada em unanimidade pelo pleno do tribunal por campanha fora do tempo e uso de cerca de R$ 1,5 milhão não declarado nas contas de campanha de 2018.

O nome da senadora também aparece no depoimento em delação premiada do cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa, sobre o suposto caso de “barriga de aluguel” no grampeamento de telefônicos. O cabo afirmou que a então juíza da Sétima Vara Criminal sabia que números de telefone foram interceptados ilegalmente juntamente com investigados por crimes reais.

O artigo

No artigo “Mato Grosso x Brasília, jogo empatado” divulgado ontem (5) pela assessoria de imprensa, a senadora Selma Arruda compara as operações desenvolvidas pelo Gaeco à Lava Jato, que também investigou e condenou figuras políticas de destaque no País.

Ela cita as investigações a Silval Barbosa (“o maior larápio da história de Mato Grosso”) e ao ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (“o político mais processo do Brasil”), além de apreensão de dinheiro nas ações desenvolvidas pelo Gaeco.

Em seguida, Selma Arruda compara a si mesma e ao Gaeco como “as Madalenas”, no contexto das investigações, por causa de “ataques” às suas decisões.

“Um tal cabo Gerson, que tem conseguido a proeza de ditar o rito processual da forma que bem entende, na ação penal a que responde por ter participado do que se denominou ‘Grampolândia Pantaneira’, em uma das inúmeras versões sobre os crimes que cometeu, resolveu envolver o GAECO e a Juíza Selma Arruda nas suas maracutaias”.

A crítica aos advogados aparece com a classificação de “meliantes trasvestidos” que estariam contribuindo para a “desmoralização” do Gaeco e dela mesma.

“Enquanto isso, a OAB faz questão de compor o circo, como se não fosse público e notório o interesse de alguns de seus membros na anulação das operações, tanto da Lava-jato como em Mato Grosso”, diz.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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