O professor Henrique Nascimento, membro do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público) de Mato Grosso, disse que a decisão judicial, com ordem para a retomada das aulas, não chancela o governo a interromper a formulação de proposta para aumento salarial aos profissionais da área.
“Essa decisão é descabida, veio num momento em que o próprio governador já tinha dito que parecia ver uma luz no fim do túnel para apresentar uma proposta à categoria. Espero que ele não se anime com a decisão, porque do lado do sindicato as coisas vão permanecer como estão”.
Os grevistas têm 72 horas para retomar o calendário do ano letivo. A determinação consta de decisão da desembargadora Maria Erotildes Kneip, desta terça-feira (30), que considera “abusiva” a continuidade do movimento.
“A decisão judicial nunca foi parâmetro para pôr fim à greve do Sintep. Não me lembro de uma decisão, desde 2016 [ano da greve geral], que não esteve ao lado do governo. E isso agora não vai mudar, assim que formos notificados vamos recorrer a decisão monocrática”, disse o professor.
Na segunda-feira (29), o governador Mauro Mendes sinalizou a possibilidade de apresentar uma proposta para pagar os 7,69% da Lei da Dobra do Poder de Compra aos professores. Ela participou de reunião, por cerca de duas horas, com o governador na tarde de hoje (29) no Palácio Paiaguas.
A greve dos professores já dura 65 dias e até o momento, fora a ordem judicial, não houve novidade na posição do governo e na do Sintep, sindicato que coordena o movimento, para a retomada das aulas. Mas, já se avalia que o ano letivo de 2019 irá adentrar 2020.
A reinstituição dos incentivos fiscais foi aprovada neste sábado pelos deputados estaduais, e conforme presidente do Legislativo, Eduardo Botelho (DEM), a arrecadação do Estado deve aumentar de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão pelas novas regras.
A desembargadora Maria Erotildes estipulou multa diária de R$ 150 mil por descumprimento da decisão.
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