O senador Jayme Campos (DEM) disse nesta quarta-feira (31) que o presidente Jair Bolsonaro cria dificuldades para seu governo com comentários “infelizes” e “inoportunos” a assuntos não diretamente ligados à gestão.
“Ele gera dificuldades para ele mesmo com essas declarações. São posições infelizes e inoportunas sobre questões adjacentes ao que acabam criando mal-estar. Quando o governo parece estar dando ser vem alguma polêmica das posições dele”.
Apenas nesta semana, Bolsonaro se envolveu duas polêmicas de grande repercussão por causa de declarações que poderiam ter sido contornadas. Ele disse não haver “indícios fortes” de que o cacique Emyra Wajãpi, da etnia Waiãpi, no Amapá, tenha sido assassinato. O corpo foi encontrado na semana passada. Hoje, a área está disputa entre garimpeiros e indígenas.
"Usam o índio como massa de manobra, para demarcar cada vez mais terras, dizer que estão sendo maltratados. Esse caso agora aqui… Não tem nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá. Chegaram várias possibilidades, a PF (Polícia Federal) está lá, quem nós pudemos mandar já mandamos”.
Bolsonaro também se envolveu em polêmica ao afirmar que o opositor ao regime militar Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, foi assassinado pelo “grupo terrorista” Ação Popular do Rio de Janeiro, ligado ao movimento de esquerda no País.
"Tinha o Santa Cruz, que era jovem, veio para o Rio de Janeiro. De onde eu obtive as informações? Com quem eu conversei na época, ora bolas. Conversava com muita gente. […]. E o pessoal da AP do Rio de Janeiro ficou, primeiro, ficaram estupefatos, 'como é que pode esse cara vir do Recife se encontrar conosco aqui?'. O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular de Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época sobre esse episódio", afirmou.
Questionado sobre as posições do presidente, Jayme Campos discorda que falta comedida. “É um jeito dele mesmo, não é imaturidade, mal assessoramento, nada disso”.