Professores e outros profissionais da educação tentaram invadir o plenário da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (18) pouco antes do início da sessão. Eles cobram proposta do governo para pagamento dos 7,69% da lei 510/2013 e pôr fim à greve na área que dura 51 dias.
Os profissionais, entre homens e mulheres, ocupavam o curto corredor de entrada para o plenário e foram barrados por seguranças da Assembleia quando tentaram adentrar ao local. Com esquentamento dos ânimos, policiais militares foram acionados para aumentar o bloqueio à porta do plenário. E alguns manifestantes reclamaram de agressão.
“Aquele homem ali está me machucando”, ouve-se a voz de mulher no meio da aglomeração, enquanto um homem pede “respeita, gente”, entre cortados por pedidos de calma.
“Eu sei o quanto de fome e necessidade eu passo. Eu sei, eu sei. Seu machista” ergue-se novamente a voz da mulher.
Nesta semana, os deputados ligados aos servidores públicos sofreram derrota na Assembleia Legislativa com a manobra de tentativa de obstrução de pautas de vetos. Havia o acordo para que se ausentassem da sessão, para impedir que houvesse quórum para votar os textos. Mas, eles estão com trâmite encerrado.
A tentativa era pressionar o governo, que está com PLC (Projeto de Lei Complementar) 53/2019, sobre os incentivos fiscais, em trâmite na Casa para fosse apresentada uma proposta para aplicação da lei de dobra do poder de compra. Não votação dos vetos trancaria o trâmite do PLC.
Hoje, o presidente do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso), Valdeir Pereira, afirmou que o Legislativo continua a funcionar como “um puxadinho” do governo.
“Vamos permanecer aqui [na Assembleia Legislativa] o tempo que for necessário. A truculência da Polícia Militar, quando o cidadão está precisando de policiamento, é inaceitável. Estão agindo assim com os servidores, para evitar que a gente não permaneça aqui”.
A ocupação do plenário foi proposta pelos deputados Lúdio Cabral (PT) e Valdir Barranco (PT) como outra linha de estratégia de pressão ao governo. Mas, até o início desta semana, o professor Henrique Nascimento, membro da diretoria do Sintep, disse que a sugestão não estava em discussão com os grevistas e permanece a espera por manifestação do governador Mauro Mendes.