O deputado federal José Medeiros (PODE-MT) diz que a investigação da PF (Polícia Federal) à movimentação financeira do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, partiu dele e foi protocolada em janeiro deste ano na própria PF e no Ministério Público.
Em vídeo postado nesta segunda-feira (8) em seu perfil no Facebook, o parlamentar afirma que a decisão foi tomada após a “saída nebulosa” do ex-deputado Jean Wyllys do cargo na Câmara Federal e do País, sob a justificativa de perseguição política. O caso está sendo vinculado ao vazamento de áudios de supostas conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador federal Deltan Dallagnol na investigação Lava Jato.
“Está tendo uma confusão aí de que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), de que o ministro [Sérgio] Moro estaria investigando o Glenn em retaliação às matérias que ele publicou. Eu quero dizer que isso é uma narrativa falsa. Investigações sobre esse jornalistas foram protocoladas, pedidas por mim ainda em janeiro”.
Medeiros ainda ocupa o cargo de senador, quando protocolou os pedidos pela primeira vez. E, segundo ele mesmo, após assumir o cargo de deputado federal, em fevereiro, voltou a solicitar à Polícia Federal e ao Ministério Público que as movimentações bancárias do jornalista fossem investigadas.
Segundo o deputado, a mudança de Jean Wyllys para o exterior teria se caracterizado como “indício de manipulação” de agentes internacionais na política brasileira. Ele sugeriu que “espiões” estariam financiando a estadia de Wyllys no exterior.
“Todos nós [congressistas] somos ameaçados constantemente e nem por isso estamos largando mandato. Como de mais ou de menos o rapaz diz ‘ah, estou indo embora’, Isso não faz muito sentido. E mais, viver na Europa é muito caro. Na Inglaterra a vale R$ 5 cada libra esterlina. O Euro não é coisa barata. Viver transitando da Europa para os Estados Unidos justifica sim a investigação”.
Na terça-feira (2), a Polícia Federal pediu ao Coaf um relatório das atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, que publicou as supostas conversas de Sergio Moro com os procuradores da Lava Jato. O objetivo é checar se houve movimentações atípicas que possam estar relacionada à invasão dos celulares de integrantes da Lava Jato. As informações são do site O Antagonista.
Três dias mais tarde, o TCU (Tribunal de Contas da União) deu prazo de 24 horas para ministro da Economia, Paulo Guedes, órgão ao qual o conselho está relacionado, para dizer se está ou não em andamento uma investigação contra o jornalista.