O governo do Estado protocolou ação na Justiça ação com pedido de suspensão da greve pelos servidores da educação. A ação foi protocolada nesta sexta-feira (5) e pede também que o Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público) seja multado caso seja feita obstrução das escolas, conforme a PGE (Procuradoria Geral do Estado).
A transferência do impasse para o âmbito judicial ocorre dois dias após a reunião entre o sindicato e o vice-governador Otaviano Pivetta que terminou com a avaliação dos grevistas de que a uma proposta do governo para atender a aplicação da lei 510/2013 (dobra do poder de compra) parecia mais próxima.
No mesmo dia, professores começaram a pedir ajudar em faróis no centro de Cuiabá, com a justificativa de que o corte de ponto pela Seduc (Secretaria de Estado de Educação) poderá zerar a folha salarial dos participantes da greve. A paralisação já dura 37 dias.
Ontem (4), o governador Mauro Mendes anunciou que entraria na Justiça para pôr fim à greve. Ele voltou a falar na situação financeira do Estado como motivo para o impedimento de aplicação da dobra do poder de compra e disse que a posição do Sintep é de “abuso”.
“[A greve] diz respeito à democracia, ao direito de ir e vir, mas o sindicato está sendo autoritário, desrespeitoso com seus colegas do próprio movimento da educação, e nós não podemos tolerar mais esse tipo de coisa. Não vamos mais tolerar esse abuso.”
O professor Henrique Nascimento, em membro da direção do Sintep, diz que o questionamento judicial pelo governo está garantido em lei, mas não representa enfraquecimento do governo. "Nõs sempre deixamos claro que buscamos o caminho do diálogo, até porque o caminho judicial é meio tortuoso, mas isso não garante que a Justiça vai acatar a ação e nem que os professores vão vacilar no movimento".
Uma audiência de conciliação está agendada entre governo e grevistas para segunda-feira (8) no Centro de Conciliação e Mediação de Segundo Grau, por determinação do juiz de direito Hildebrando da Costa Marques.