O deputado federal Kim Kataguiri (MBL) disse nesta segunda-feira (24), durante audiência pública em Cuiabá, não ver “nada de mais” no conteúdo dos áudios atribuídos ao ex-juiz, hoje ministro, Sergio Moro, que comprometam investigação e condenação da Lava Jato. Segundo ele, a suposta crítica feita por Moro a integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) não apontam para irregularidades no processo.
“A imprensa ter dado destaque a esse diálogo do Moro significa que não tem nada mais de relevante da Lava Jato. A fala sobre o Movimento Brasileiro não tem nada de ver com irregularidades na operação. Ou seja, se a grande bomba, ele falando alguma coisa do MBL – e a gente precisa ter veracidade de tudo isso -, então, não tem realmente nada de relevante, a operação continua e não tem nenhuma novidade processual”.
O conteúdo do diálogo divulgado pelo site The Intercept Brasil e pelo jornal Folha de S. Paulo de Sergio Moro e com o procurador de Justiça, Deltan Dallagnol, líderes do MBL são chamados de “tontos” por causa de uma manifestação programada, em março de 2016, de apoio à Lava Jato.
O protesto, que realmente aconteceu, era em frente à casa do então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki. Moro teria se irritado com a manifestação porque foi avaliada como novo elemento de atrito com a Corte Suprema – ela ocorreu dias após a divulgação de áudio de conversa entre os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT.
Neste domingo (23), a cúpula do MBL divulgou áudio em que o ministro Moro pede desculpa pela fala, mas põe em dúvida a veracidade do conteúdo. “Consta ali um termo que não sei se usei mesmo, acredito que não, pode ter sido adulterado, mas queria assim pedir minhas escusas, se eu eventualmente utilizei (o termo)”.