A juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, autorizou o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) a ter acesso ao processo em que é citado como suposto membro de organização de fraudes.
A autorização foi dada após o ex-secretário Permínio Pinto (Educação) citar Fávaro, em deleção premiada assinada, no depoimento sobre a operação do esquema de lavagem de dinheiro que teria servido para quitar dívidas do ex-governador Pedro Taques (PSDB) das eleições de 2014. O caso é investigado na Operação Rêmora.
A decisão da juíza é de sexta-feira (14). Fávaro é a segunda pessoa citada em delação a ter acesso ao processo. Taques era o único. Permínio disse ao Ministério Público Federal (MPF) que Carlos Fávaro tinha conhecimento do funcionamento da operação e teria repassado a Taques a proposta de um empresário, que teria proposto usar dinheiro de termo de ajuste de conduta (TAC), assinado com o Ministério Público, para quitar as dívidas de campanha.
O ex-secretário disse que um grupo de empresários forneceu dinheiro para a campanha ao governo de 2014 de Pedro Taques (PSDB). Nomeado de G5, o grupo seria composto por Alan Malouf, Eraí Maggi, rei da soja, Juliano Bortolotto, Marcelo Malouf e Otaviano Pivetta (PDT), atual vice-governador, que à época apoiava candidatura de Taques. Malouf fazia o papel de coordenador do dinheiro que entrava e que saída do cofre de campanha de Taques na intermediação com os empresários.
O primeiro contato dele com o G5 teria ocorrido em novembro de 2014, dois meses antes de assumir o comando da Seduc (Secretaria de Estado de Educação). Teria sido neste encontro que Permínio soube, pela boca de Alan Malouf, quem era o responsável pela coordenação das doações, na sua maioria supostamente feita sem passar pela conta de campanha.