As primeiras horas após o exercício são particularmente importantes para reverter os distúrbios induzidos pelo exercício e para promover adaptações ao treinamento. Nesse processo, a nutrição desempenha papel importante, sendo o consumo de proteínas e carboidratos essenciais nesse momento após os exercícios, auxiliando na maximização da recuperação do músculo esquelético, que inclui a restauração do glicogênio muscular e potencialização da síntese de proteínas (aumento dos músculos). Ao contrário, o consumo de álcool pode comprometer as respostas adaptativas do exercício. Alguns estudos mostram que atletas são mais propensos do que a população em geral a ingerir álcool em excesso. Nesse sentido, pesquisadores tem se debruçado para investigar quais os efeitos fisiológicos da ingestão de álcool após o exercício. Os resultados do consumo de álcool incluem efeitos diretos nos processos fisiológicos e efeitos indiretos na recuperação do atleta ou praticantes de atividades físicas, por não se alimentar ou descansar adequadamente como resultado da intoxicação. Dentre os efeitos diretos, destaca-se a redução da síntese de glicogênio muscular, de proteína muscular e do pico de potência. Embora a ingestão simultânea de carboidratos possa compensar parcialmente os efeitos deletérios do consumo de álcool na ressíntese de glicogênio pós-exercício, o álcool reduz a síntese de proteína muscular mesmo com a ingestão simultânea de proteínas, ou seja, pode diminuir a musculatura esquelética. Além disso, reporta-se que o álcool reduz a função cognitiva no dia posterior, o que pode comprometer o desempenho e aumentar o risco de injúria. Outro ponto importante da ingestão de álcool após o exercício é que o álcool é destoxificado por diversas vias, sendo a principal a via da glutationa, que envolve a glutationa S-transferase , enzima antioxidante envolvida em diversos processos metabólicos, como a eliminação de toxinas e compostos com ação pró-carcinogênica. É apontado que o consumo de álcool diminui os níveis da referida enzima, prejudicando a capacidade antioxidante do organismo como um todo. Considerando que o treinamento promove o aumento dos níveis de radicais livres, a depleção de glutationa compromete os processos fisiológicos de adaptação e recuperação. Concluindo que o consumo de álcool após exercício não é satisfatório para a saúde.