O governador Mauro Mendes deve receber representantes dos profissionais da educação na sexta-feira (31) para debater o fim da greve na rede pública. A informação foi confirmada pelo Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso).
Conforme o professor Henrique Nascimento, membro da diretoria, os grevistas estão dispostos a acatar propostas do governo de parcelamento da dobra do poder de compra e da RGA (Revisão Geral Anual), desde que não por período prolongado.
“É claro que se o governo apresentar alguma proposta, ela vai ser apresentada para assembleia geral, que decide o que será feito. Mas, o que não queremos é que o governo mantenha do que já vem sendo dito, sem qualquer alternativa para atender as reivindicações. Até parcelamento, desde que não seja muito longo, podemos levar para assembleia”.
Ontem (28), a deputada Janaína Riva (MDB), presidente em exercício da Assembleia Legislativa e próxima às causas do servidor público, disse que buscará do governo propostas para atender a demanda dos professores, mas com a ressalva de que a prioridade deve ser a quitação da RGA.
“Os professores têm direito ao aumento real do salário, que está garantido numa lei de 2013. Mas, é preciso entender que primeiro se deve regularizar o pagamento da RGA, que é um direito de todos os servidores. O salário continua escalonado e isso precisa ser resolvido. Contudo, queremos uma garantia do governo sobre aplicação da lei 510 [de dobra do poder de compra]”.
O governo tem mantido a justificativa de falta de fluxo financeiro para conceder a aplicação do aumento de salários a professores. A única reunião que fez com o Sintep, na sexta-feira passada (24), o secretário de Planejamento, Basílio Bezerra, disse que a liberação do reajuste provocaria aumento de R$ 200 milhões nos gastos do governo.
Também apresentaram recomendações do Ministério Público do Estado (MPE) de suspender qualquer realinhamento financeiro a servidores do Executivo em decorrência da situação de calamidade financeira.
Ambas as justificativas são questionadas pelos grevistas, que afirmam que o governador se apoia em análises exteriores ao governo para manter a postura política de falta de prioridade ao funcionalismo.