O governo do Estado estima gastos mensais de R$ 12 milhões para manter os serviços da Santa Casa a partir de assumida administração do hospital. A quantia engloba despesas com salários de funcionários e serviços de manutenção de equipamentos e predial.
“Estimamos que os gastos fiquem em torno de R$ 12 milhões. É um valor que teremos que assumir, mesmo em situação de crise, para restabelecer o atendimento, para abrirmos vaga em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo)”, disse o governador Mauro Mendes.
A requisição administrativa foi anunciada hoje durante reunião com secretários do Executivo, deputados e vereadores. Diferente da intervenção, o registro da instituição não será alterado, mas a direção será transferida para o Estado por tempo indeterminado.
“Foi uma saída que encontramos para não dar prejuízo ao Estado e também não deixar a Santa Casa fechada. Ela agora passa a ser a maior unidade de saúde do Estado, de portas fechadas, com 242 leitos”.
Segundo o governador, a transferência teve início na tarde hoje com a notificação da direção da Santa Casa. Num primeiro momento, o hospital será administrado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), até que uma direção seja nomeada pelo Estado.
“Vamos retomar os atendimentos no menor tempo possível. Não quero especulando dizendo se vai ser daqui dois meses, uma semana ou dois dias. O hospital está fechado há um mês e precisam ser tomados alguns protocolos. Feito isso, vamos retomar o atendimento”.
A decisão do governo encerra o impasse que persistia até esta amanhã sobre o futuro da Santa Casa. A Prefeitura de Cuiabá tinha ficado responsável pela elaboração de plano para conhecer a situação financeira e administrativa do hospital, cujas informações seriam apresentadas ao Ministério da Saúde.
O ministro Luiz Henrique Mandetta exigiu o plano para decidir quanto de auxílio financeiro seria liberado para socorrer o hospital. Mas, até o momento, nenhum plano foi divulgado. Ao mesmo tempo, o prefeito Emanuel Pinheiro havia pedido a renúncia da presidência ao médico Carlos Coutinho, o que foi rejeitado.
“Na terça-feira estive em Brasília e apresentei o plano para o ministro Mandetta. Agora, estamos esperando a decisão dele para saber quanto de recurso vamos receber. Também vamos conversar com os deputados, que dispuseram a abrir mão de parte do duodécimo, para ajudar no hospital”, complementou o governador.