A vice Janaína Riva (MDB) assumiu na manhã desta quarta-feira (17) a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em substituição ao titular, Eduardo Botelho (DEM), que pediu licença de 120 dias para tratar de assuntos particulares. Ela é a primeira mulher na história da política estadual a ocupar a cadeira.
Filha do ex-deputado José Riva (PSD), Janaína subiu na carreira política nas eleições do ano passado impulsionada pelo maior número de votação para deputado estadual – 51.546 (3,40% do total). A votação expressiva a levou a ensaiar disputa para presidência da Assembleia, mas, ao fim, optou pelo cargo de vice na chapa de Eduardo Botelho.
No discurso de transferência, ela agradeceu a confiança de Botelho e ressaltou o fato de ser a primeira mulher na história do Legislativo a ocupar a presidência.
“Eu gostaria de começar agradecendo ao presidente Eduardo Botelho pela confiança em mim depositada. Primeiro quando me convidou para ser sua vice e agora ao confiar a mim, temporariamente, a presidência do Poder Legislativo estadual. Pode ficar tranquilo, Botelho, que eu prometo que a casa vai ficar em ordem”.
Ela ainda enfatizou ser uma agente política com autonomia e em sua história mais consolidada do que quando assumiu o cargo pela primeira vez.
“Hoje é um dia histórico para o parlamento estadual. Pela primeira vez, nos 184 anos de história, uma mulher, a única mulher da legislatura, assume a presidência. Fiz de cada pedra em meu caminho um degrau que me conduziu à reeleição em 2018, com 51.546 votos. Só que agora não mais como a herdeira política, mas sim como a deputada de Mato Grosso”.
Num discurso breve, Botelho ressaltou a posição de Janaína Riva, dizendo se sentir “orgulhoso de ajudar a escrever uma nova história” no Legislativo.
“Este é um momento de extrema alegria para mim e acredito que também para todos aqui desta casa e de todos os mato-grossenses. Hoje estamos escrevendo um pedaço importantíssimo da história desse parlamento. Depois de 19 legislaturas, pela primeira vez, uma mulher vai assumir de forma oficial a presidência desta Casa. Confesso que podia fazer essa passagem, mesmo que temporária”.
Botelho não divulgou o motivo de seu afastamento por quatro meses. Apesar de o assunto ter sido discutido por algumas semanas com colegas do parlamento. Coincidência ou não, o afastamento ocorre num momento que é discutida a candidatura dele para a prefeitura de Cuiabá ou Várzea Grande em 2020. E a possibilidade já foi admitida pelo democrata, com a amenização de que o assunto seria discutido por DEM e MDB – partidos da aliança que elegeu Mauro Mendes ao governo.
Ainda sobre seu afastamento, também foi ventilado que Eduardo Botelho pediu o afastamento para fazer exames médicos, mas o assunto não foi tocado durante discurso no plenário hoje pela manhã.
Eduardo Botelho se reelegeu para a presidência da Assembleia Legislativa em fevereiro deste ano. Com o afastamento, o vereador por Cuiabá, Toninho de Souza (PSD) assume o cargo interinamente na posição de suplente. Toninho recebeu 17.133 votos nas eleições 2018.