O veto do governo às emendas impositivas que somam R$ 128,3 milhões foi derrubado nesta terça-feira (2) com fortes discursos de "independencia" do Legislativo. Dezoito deputados votaram pela derrubada e apenas 2 pela manutenção.
A votação do veto estava em articulação pelo líder do governo, Dilmar Dal Bosco (DEM), há quase um mês. Ele buscava consenso para que emendas ficassem suspensas.
A emenda que inclui o pagamento de quase R$ 6 milhões para aplicação à vontade dos deputados foi apresentada em janeiro no pacote fiscal protocolado pelo Executivo.
O texto parlamentar estabelece que o pagamento das emendas seja feito quando o Estado tiver reserva financeira com a possibilidade que a quantia seja cortada em até 50%. O governador Mauro Mendes veto o texto sob os dois viéses.
O deputado Wilson Santos disse que a manutenção do veto retiraria a autonomia do Legislativo. Em tom enfático, ele voltou a criticar o que chama de "via de mão única" com o governo.
"Esse governo vem num desespero para pedir medidas, para impedir vista, mas quando chega a hora de retribuir a colaboração ele não quer nem saber. As emendas são um recurso que cada parlamentar tem para trabalhar sua zona eleitoral".
A deputada Janaína Riva (MDB) disse que a manutenção do veto poderia equivaler o governo Mauro Mendes à gestão de Pedro Taques, de quem era oposicionista, no trato com os deputados.
"Cada deputado tem o direito constitucional de receber a emenda. Ele tem ou não uma boa relação com o governo, isso independe. O direito tem que ser respeitado".