O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) convocou o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, a comparecer à Assembleia Legislativa para explicar o pedido de empréstimo de 250 milhões de dólares junto ao Banco Mundial, anunciado nesta quarta-feira (20). Ele diz não estão claras as medidas de contrapartida que o Estado deverá tomar para que a negociação seja formalizada.
“Normalmente, esses empréstimos de organismos internacionais são associados a determinadas contrapartidas e exigências para a gestão do Estado. A minha preocupação é que exigências eventuais são essas e em que medida elas podem comprometer a qualidade dos serviços públicos”.
O requerimento de convocação foi protocolado nesta quinta-feira (21). O pedido de empréstimo, já entregue às mãos do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), transfere a dívida do Estado de cerca de 250 milhões de dólares com o Bank of America para o Banco Mundial.
Conforme o secretário Gallo, a revenda da dívida beneficiaria Mato Grosso, a longo prazo, com o tempo de 20 anos para a quitação, a juros na casa dos 3%, com uma economia pouco acima de 700 mil dólares. No médio prazo, o Estado teria um desafogo de R$ 800 milhões nas contas públicas, nos próximos quatro anos, cujo o planejamento seria para investimento e a quitação da dívida com fornecedores.
O deputado Lúdio Cabral criticou hoje ainda o prolongamento da dívida o tempo de mais quatro governos, até 2039. O petista diz que a medida contradiz a posição do governador Mauro Mendes de não estender compromissos financeiros para além do intervalo de mandato; neste caso, até 2022, ano em que coincidente o encerramento da dívida com o Bank of America.
“O governador contraria o próprio discurso, porque ele criticou muito o governo anterior [de Pedro Taques (PSDB)] de deixar dívida para governos seguintes. Ele [Mendes] vai deixar de pagar R$ 270 milhões até 2022 e vai deixar R$ 200 milhões de dívida para os governos seguintes; uma dívida dolarizada. A gente não sabe o que vai acontecer com o dólar nos próximos 20 anos”.