O governador Mauro Mendes disse, nesta terça-feira (22), que o pedido de recuperação fiscal apresentado à União se baseia no descompasso entre a receita líquida e as demandas das folhas salarial e previdenciária. Ele afirma que são os dois fatores que elevaram a dívida do Estado nos últimos anos com crescimento acima da média de arrecadação.
“Nosso estoque de dívida é pequeno, nós não temos dívida grande nem mesmo com a União. A previsão orçamentária para este ano é acima de R$ 19 bilhões, a dívida não chega a R$ 10 bilhões. O que acontece com Mato Grosso é a elevação do gasto com pessoal e o déficit da previdência”, disse ele em entrevista à Globo News.
Reportagem publicada no domingo (20) pelo Circuito Mato Grosso mostra a estratégia de Mauro Mendes para conseguir adesão ao auxílio de calamidade financeira pela União. O governador segue a interpretação de outros sete Estados de ampliar a lei sobre a calamidade ambiental para o âmbito fiscal.
Conforme a reportagem da Globo News uma análise prévia de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o pedido apresentado por Mauro Mendes não enquadraria Mato Grosso como elegível para receber o auxílio.
“A dívida menor não enquadra Mato Grosso, mas não é esse o ofensor, o pilar que levou a nossa crise. Nos últimos quatro anos, a receita o Estado cresceu 43%. Cresceu acima da inflação, foi um ótimo crescimento comparado a outros Estados brasileiros, até parecia que não havia crise. Entretanto, a despesa, principalmente a de pessoal, cresceu 75%”.
Previdência
O rombo da previdência em Mato Grosso deve chegar R$ 4,5 bilhões ao fim de 2019, conforme estimativa do governo. A previsão atual estoura as avaliações anteriores que viam um cenário mais apertado a partir de 2023.
Até meados do ano passado, a Sefaz (Secretaria de Fazenda) previa déficit de R$ 3 bilhões para 2020. Em 2017, a previsão era que o montante apenas fosse alcançado em 2022.
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