Política

Vereadores recorrem ao TCE para tentar impedir que Prefeitura de Cuiabá faça empréstimo de US$ 115 milhões

Uma representação foi protocolada na tarde desta quinta-feira (03) junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) pelos vereadores Marcelo Bussiki (PSB) e Felipe Wellaton (PV) requerendo que a Prefeitura de Cuiabá seja impedida de contratar o empréstimo de US$ 115 milhões (cerca de R$ 445 milhões) junto à Corporação Andina de Fomento, para o financiamento das obras para os 300 anos da Capital.

A operação de crédito foi aprovada pela Câmara de Cuiabá no dia 20 de dezembro, mesmo sendo considerada irregular pela Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária (da qual ambos os vereadores fazem parte), por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Na ocasião, foram 17 votos a favor do empréstimo. Além de Bussiki e Wellaton, os vereadores  Diego Guimarães (PP), Abilio Júnior (PSC) e Dilemário Alencar (Pros)  votaram contra e também assinam a representação ao TCE.

De acordo com o documento, o projeto com o pedido de empréstimo foi encaminhado ao Legislativo sem a documentação necessária e sem informações sobre as condições contratuais para a operação de crédito. “A Prefeitura de Cuiabá não informou  a taxa de juros, o mecanismo de atualização monetária, o número, o valor e a data de pagamento das parcelas, ou mesmo se existe um prazo de carência para o início do pagamento”, diz o texto.

Além disso, alegam os vereadores de oposição, o projeto não diz se existe hedge cambial ou pagamento de comissões/encargos do financiamento, bem como  os percentuais destes e as implicações em caso de  atraso no pagamento, como multa  e juros.

“Se não bastassem as sérias gravidades e suspeitas sobre esse empréstimo, não há informações sobre a existência da trava cambial para estabilizar a dívida e assegurar o seu pagamento independentemente das variações cambiais, as quais o real se sujeita em relação ao dólar. Sem isso, podemos pagar em um mês uma parcela com um valor e no outro mês um valor maior, caso o dólar suba”, explica Bussiki.

Alegam ainda os vereadores que o projeto também não apresenta um estudo econômico cambial relativo ao período de financiamento, a fim de demonstrar que  a operação em dólar seja a mais vantajosa para o Município em relação a outra realizada em real.

“Em uma única operação dolarizada, a atual gestão pretende dobrar a dívida pública, que hoje está em R$ 469 milhões, sem sequer explicar quais serão os ganhos econômicos e financeiros na arrecadação do IPTU, ITBI e ISSQN, já que são esses recursos que irão subsidiar o pagamento das parcelas do empréstimo. A população precisa saber quanto do imposto vai ser gasto com esse empréstimo duvidoso”, completa Marcelo Bussiki.

Redação

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