Política

STF manda abrir investigação contra Wellington Fagundes por suposto caixa 2

O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a abertura de investigação contra o senador Wellington Fagundes (PR) por indícios de formação de caixa 2 nas campanhas de 2010  e 2014. A ordem saiu do ministro Luiz Edson Fachin, que acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fagundes faz parte de um grupo de dez parlamentares que teriam recebido dinheiro de modo irregular da empresa J&F para promover suas candidaturas – quatro senadores e seis deputados federais. O atual mandato do republicano iniciou em 2015.

No pedido protocolado na Corte Suprema, a procuradora-geral Raquel Dodge afirma que “o recebimento de dinheiro de forma dissimulada ocorreu no curso do mandato parlamentar por agentes políticos que ainda são detentores de foro no STF”, motivo que a levou a pedir que as investigações permaneçam no âmbito do Supremo.

As informações apresentadas pela procuradora-geral foram colhidas de depoimentos de executivos da J&F em acordo de delação premiada. A Procuradoria solicitou ainda que os dez parlamentares sejam investigados individualmente, pois apesar de todos terem supostamente recebido caixa 2, os contextos em que eles são citados pelos depoentes independem uns dos outros.

"Os distintos relatos de repasse de verbas envolvendo diversas autoridades públicas, em contextos que não guardam relação entre si, demandam o desmembramento dos presentes autos, de modo que cada procedimento siga o curso próprio", pontua Dodge.

O pedido feito por ela é que o STF autorize que petições autônomas sejam realizadas para cada um dos dez investigados. Esse tipo de procedimento funciona como uma apuração preliminar à investigação determinada pelo Supremo.

Além de Fagundes, são investigados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL); e os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Alceu Moreira (MDB-RS), Jerônimo Goergen (PP-SR), Marcelo Castro (MDB-PI), Paulo Teixeira (PT-SP), Zé Silva (SD-MG).

OUTRO LADO

Em nota o senador, Wellington Fagundes disse que as doações feitas pela JBS entraram na conta da Executiva Nacional do PR (Partido da República) e os valores foram informados em prestação de contas à Justiça Eleitoral.

“O senador Wellington Fagundes jamais praticou caixa 2 em qualquer campanha eleitoral. Declara que  as doações da JBS foram feitas e entregues à direção nacional do Partido da Republica e devidamente contabilizadas e registradas na Justiça Eleitoral de Mato Grosso, bem como aprovadas sem restrições”.  

Texto atualizado para acréscimo de informação

Redação

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