Silvania Nobre Lopes
Graduanda do curso de Serviço Social do Centro Universitário de Várzea Grande-MT (UNIVAG)
“É do buscar e não do achar que nasce o que eu não conhecia”. (Cecília Meireles)
A violência contra a mulher deve ser compreendida em sua complexidade e multidimensionalidade. Nos diferentes contextos históricos, sociais e culturais teve pouca visibilidade pública, ficando confinada aos espaços domésticos, justamente pelas relações de dominação-subordinação entre homens e mulheres. A desigualdade de gênero pode ser compreendida como organização concreta da vida social na relação de poder entre os sexos, nas suas mais diversas formas de interação humana.
A violência contra a mulher é um fenômeno histórico, complexo e multifacetado que permeia as relações desiguais entre homens e mulheres, intensificados pela estrutura social e raízes da cultura capitalista-sexista-machista que ao longo da humanidade atribuiu papéis sociais as mulheres e aos homens e legitimou a inferioridade do gênero feminino.
No percurso da história, o movimento feminista deu visibilidade para que a violência contra a mulher fosse encarada como uma interface da questão social como campo de intervenção das políticas públicas, de debate e reflexão, de várias categorias inclusive do Serviço Social. Como resposta a violação dos direitos da mulher, foram tomadas iniciativas a nível político no Brasil, dentre elas, a Constituição Federal de 1988 ao preconizar em seu Art. 5° a igualdade entre homens e mulheres e a Lei Maria da Penha 11.340/06 representa o marco legal desta conquista ao criar mecanismos de enfrentamento à violência através de políticas públicas que garantam a construção da autonomia das mulheres, os direitos humanos e a reconstrução de sua história.
Nesse sentido, o Serviço Social atua de forma intersetorial e transversal com as políticas públicas, setores e saberes diversos, aos quais permite vislumbrar as realidades distintas com um olhar atento às necessidades, reconhecendo particularidades, condicionalidades e determinações da vida social das mulheres, o que possibilita acionar saberes intrínsecos a cada profissão e de outras políticas que deem conta das múltiplas faces da realidade vivenciada pelas vítimas.