A defesa do deputado federal eleito Neri Geller (PP) disse que a Polícia Federal não apresentou ligação dele com casos investigado na Operação Capitu. Geller respondeu a questionamento da PF de Minas Gerais via declaração escrita após ser preso na sexta-feira (9).
“Fizeram perguntas diversas sobre o caso ligado ao Mapa (Ministério da Grupo), mas nenhuma tinha haver com ele [Neri Geller]. Agora, vamos pedir acesso ao processo que é sigiloso para saber qual é conteúdo”, disse o advogado Ricardo Monteiro.
Neri Geller deve ser solto nas próximas horas em cumprimento à decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). O ministro Nefi Cordeiro concedeu habeas corpus a ele, no domingo (11), por entender que houve “excesso” da Polícia Federal ao prender Geller, investigado por suposta participação fraudes no Mapa.
A PF em Minas Gerais prendeu Neri Geller na manhã da última sexta-feira. Também foram presos o empresário Joesley Batista, da JBS, além do vice-governador de Minas Gerais Antônio Andrade (PMDB). A ação mira um suposto esquema que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura.
A Operação Capitu tem o apoio da Receita Federal. Foram emitidos 63 mandados de busca e apreensão e 19 mandados de prisão temporária, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
O inquérito que levou à operação foi instaurado em maio deste ano, baseado em declarações do corretor Lúcio Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no MAPA em 2014 e 2015. Segundo o delator, a JBS teria repassado R$ 7 milhões para o grupo político do PMDB da Câmara. Desse valor, o então ministro da Agricultura e atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andadre, teria recebido R$ 3 milhões da propina paga pela empresa de Josley Batista e outros R$ 1,5 milhão teriam sido enviados ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).