A deputada estadual Janaína Riva (MDB) criticou o “fechamento” de grupos entorno de eventuais candidatos ao comando da Assembleia Legislativa e usou seu pai, José Riva, como referência de pretensão de domínio na Casa. Seu comentário é endereçado a Eduardo Botelho (DEM) e Guilherme Maluf (PSDB) que se articulam para a disputa de reeleição. A escolha de qualquer para a próxima legislatura restringia seis anos de presidência a duas pessoas.
“As pessoas criticam tanto a postura do meu pai dentro da Casa, mas o que vejo hoje é que as pessoas se candidatam já pensando que daí dois anos vão se candidatar de novo para a presidência [da Assembleia]. Quem está não quer sair do comando”, disse Janaína em entrevista à rádio Capital FM, nesta quinta-feira (8).
Botelho sucede a Maluf no comando da Assembleia Legislativa. O tucano esteve no comando da Casa entre 2015 e 2016, os dos primeiros anos de mandato da atual composição do quadro de deputados. Hoje, ele exerce a função de primeiro-secretário e já lançou sua pré-candidatura para a eleição de fevereiro de 2019.
Botelho assumiu o comando em 2017 após ser eleito em chapa única e também já admitiu que concorrerá. Ambos podem voltar a participar do mesmo grupo na próxima eleição. Maluf, apesar de ter se adiantado na sua escolha, disse que poderá recuar para apoiar outros nomes caso suas propostas sejam aceitas.
A referência ao ex-deputado José Riva se deve ao tempo em que ocupou cargos de comando ao longo dos quase vinte anos em que esteve em mandatos na Assembleia Legislativa. Desde sua primeira eleição, em meados dos anos 90, ele alternou posições entre a presidente e as primeira e segunda secretarias.
Janaína também era um nome cogitado para disputar o cargo. Mas, ela já se manifestou a favor de integrar outras chapas desde que ocupe um cargo, sem exigência de ser a presidência, na próxima diretoria.
Hoje, a parlamentar afirmou ser a favor de composição de nomes para comandar a Casa nos dois próximos anos, indicando o acolhimento de nomes dentre os 14 que vão exercer mandato na Assembleia Legislativa pela primeira vez.
“Estou dizendo que precise de 100% de renovação, mas Assembleia precisa mudar. Tem que trazer os novos nomes para participar [da diretoria]; isso é um assunto que deve ser aberto para a sociedade”.
“É um absurdo querer fazer dos deputados grupos separativistas. Não dá para fazer grupos só de deputados reeleitos e só de novatos. Acho perfeitamente possível fazer composição”.
Do lado dos novatos, dois nomes estão sendo cogitados, também com anúncios de união caso haja consenso. O nome do momento é do delegado Claudinei (PSL). Ele é apontado como novato “apropriado” para ocupar a presidência e vem recebendo apoio de outros dois – João Batista da Sindspen (PROS) e Ulysses Moraes (DC). O segundo também já apresentou seu nome para a disputa, com chances de recuo.