A repetição exagerada de atitudes prazerosas, como tomar um sorvete ou beber vinho ou comer chocolates diariamente, altera o cérebro, promovendo a compulsão. O neuropsiquiatria Stephen Stahl, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, estuda, ao longo de décadas, o comportamento de pessoas viciadas nas mais diversos vícios e como isso mexe com o cérebro delas. Em seus estudos percebeu que começamos a fazer várias coisas porque elas são recompensadoras. Mas, com o tempo, isso vai de recompensador para uma prática excessiva e, por fim, transforma-se em um hábito. Muitos obesos têm compulsão alimentar, que são pessoas que não comem porque estão com fome e sim porque virou um hábito ruim com repercussões no cérebro. O vício está ligado ao estímulo de vias neuroquímicas específicas da região central do núcleo Accumbes, com ativação da via dopaminérgica ligada à recompensa e ao prazer. Os indivíduos, quando se viciam em comida, não cheiram, não sentem o gosto e não param. Eles estão condicionados. Veem uma geladeira e pensam em comer, veem um pacote de bolacha e querem acabar com ele imediatamente. Por exemplo na ausência de um vício, o cérebro produz mais dopamina, um neurotransmissor do prazer. A dopamina, portanto, é o prazer que você sente. O curioso é que, quando está viciado, não é assim. Entre os viciados, os picos de dopamina surgem quando você vê a garrafa ou o copo ou o alimento. É uma resposta condicionada, só com base na expectativa. E o pior é que, ao beber ou ao comer, a dopamina não sobe tanto. Além disso, o cérebro muda a forma como funciona. No vício, a região mais ativada não é relacionada ao controle, mas sim vinculada a reações automáticas. Ele entra no piloto automático. Você nem percebe que está mordendo as unhas, batendo o pé ou comendo. São hábitos. Temos que quebrar o vício com atividade física adequada e alimentação saudável introduzida aos poucos e terapia comportamental para o vício específico, bem como meditação, etc Somente com esses tratamentos em conjunto conseguiremos alcançar sucesso para obter saúde.