Após mais de um mês de campanha e vários debates, os candidatos ao governo de Mato Grosso têm se limitado a confrontamento de avaliações próprias sobre a saída da crise econômica e não apresentam propostas para mitigar a situação precária dos serviços públicos. Diante de um cenário de crise econômica, um dos temas que fomentou discórdia entre os postulantes à cadeira de governador de Mato Grosso durante o debate da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na noite desta quinta-feira (20) foi justamente a incógnita: como administrar demandas crescentes de investimento em áreas prioritárias, com saúde, segurança e educação, frente a um orçamento limitado.
Enfrentando duras críticas dos opositores, o governador Pedro Taques (PSDB), candidato à reeleição, disse que aprendeu muito nesses quatro anos e que pretende ‘gastar só o que arrecada’. Também justificou a necessidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Gastos (n. 10/2017), aprovada no final do ano passado. “Durante nossa gestão economizamos R$ 1 bilhão".
Moisés Franz (PSOL) bateu de frente com Taques e disse que, se eleito, vai rever a PEC por entender que ela limita investimentos nas áreas essenciais. Já Wellington Fagundes (PR) quer chamar o servidor para opinar sobre os gastos do estado, pretender fazer uma gestão democrática e pautada no diálogo. “Tenho um perfil agregador”.
Com uma vantagem considerável nas pesquisas recentes de intenção de votos, o candidato Mauro Mendes (DEM), que pode levar esta eleição já no primeiro turno, frisou que Mato Grosso é dos únicos estados com potencial de crescimento nos próximos anos. “Vamos economizar, mas sem afetar os investimentos, com uma boa gestão dos recursos disponíveis. O estado está hoje nesta situação por erros cometidos nos últimos oito anos”.
Arthur Nogueira (Rede) disse que o Brasil passa por uma situação de penúria com educação e saúde porque são áreas nunca priorizadas. “Vamos investir naquilo que oferecerá as condições necessárias que a população merece, o cidadão precisa ser tratado com dignidade".
Saúde, o calcanhar de Aquiles
Wellington Fagundes fez questão de rechaçar a gestão do atual governador Pedro Taques, que diz que ‘a saúde vai bem’. Ele disse durante o debate que por onde anda no interior do Estado o que ouve é reclamação da população sobre falta de atendimento médico e fornecimento de medicamentos.
“Se de um lado o cidadão está sofrendo, do outro há dinheiro parado na conta do governo durante esses quatro anos para finalizar uma obra de construção de um novo hospital em parceria com a UFMT. Não justificativa para isso, é má gestão, descaso, mas algo assim não poderia acontecer”, criticou Fagundes.
Taques defendeu que o recurso está depositado desde 2011 em razão de um processo licitatório ruim, de uma área que fica alagada ‘até 2 metros de altura’ e que tem parecer contrário da Controladoria Geral da União (CGU). “A saúde estámuito melhor do que quando aqui chegamos. Tivemos um aumento de 100% no repasse de recursos para a atenção básica dos municípios e desde o sétimo mês de gestão começamos a construir o novo pronto socorro de Cuiabá”.