Opinião

9 de agosto – Dia Internacional das Populações Indígenas

A data de 9 de agosto foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas o Dia Internacional das Populações Indígenas do Mundo. Seu propósito foi o de reconhecer as realizações dos indígenas, com uma população de mais de 370 milhões, distribuída por cerca de 70 países, falante da maioria das línguas mundiais e que passa de geração a geração uma rica tradição cultural. É também um dia para lembrar os difíceis desafios que essas populações enfrentam.

A data, também pensada para exaltar a riqueza cultural dos povos indígenas e sua cooperação para a família humana, deve levar aos não índios de todos os cantos do planeta a chance de mirar seus olhos para as populações indígenas, numa tentativa de compreender seus distintos modos de viver. Estatísticas alarmantes pairam sobre elas: em alguns países, os índios são 600 vezes mais vulneráveis à tuberculose em relação aos indivíduos das demais sociedades. Em outras, a expectativa de vida é 20 anos inferior à não indígena. Em algumas partes do planeta, suas línguas, religiões e tradições culturais são censuradas.

A violência contra os povos indígenas inscreve-se no aumento do número de assassinatos, suicídios e mortalidade infantil. O Conselho Indigenista Missionário informou que em 2016 “ocorreram 735 casos de óbitos de crianças indígenas menores de 5 anos, 106 casos de suicídio e 118 assassinatos de indígenas no Brasil. O governo e representantes políticos da bancada ruralistas são apontados como corresponsáveis pela crescente violência e pressões que sofrem os territórios dos povos tradicionais”.

De que forma nós, não índios, podemos comemorar o Dia Internacional das Populações Indígenas do Mundo? No regozijo da riqueza das culturas indígenas, nosso comprometimento pode estar voltado à contribuição para o bem-estar de todos. Ao alargar nosso círculo de responsabilidades às populações indígenas e numa ação mútua, podemos fazer valer o estado de direitos humanos para que índios e não índios possam participar da criação de um progresso duradouro, calcado na paz, na solidariedade. É um primeiro passo!

Redação

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