O ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes oficializou sua pré-candidatura ao governo de Mato Grosso, nesta terça (24), com críticas às dívidas do Estado acumuladas ao longo da gestão Pedro Taques (PSDB). Ele diz que hoje o Estado tem débito de R$ 3,6 bilhões que levará ao menos dois anos para ser sanada.
“Não me envergonho de participado das campanhas de 2010 e 2014 com o atual governador, mas estou lançando minha candidatura porque ele [Pedro Taques] não está cumprindo o papel de governador. Mato Grosso tem hoje uma dívida de R$ 3,6 bilhões e, conforme a estimativa, deverá fechar o ano em R$ 4 bilhões, um número cinco vezes maior do que era há quatro anos”.
O evento reuniu o pré-candidato ao Senado, Jayme Campos, o presidente do DEM-MT, deputado federal Fábio Garcia, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, o ex-governador Júlio Campos, e o deputado Adriano em um hotel na manhã de hoje em Cuiabá.
Mendes afirmou que as inadimplências vão de compra de gasolina para veículos oficias do serviço público a fornecedores da mídia, com prazos estourados de cinco meses a mais de um ano.
“O governo tem gastado R$ 70 milhões com viagem de jatinho, mas falta combustível para os carros da polícia rodar. Fornecedores da imprensa com R$ 30 milhões a receber a mais de um ano. E no mesmo período a arrecadação de Mato Grosso. Falta competência para a administração do Estado, nenhum dinheiro é suficiente quando não se sabe gastar”, criticou.
A pré-candidatura do cabeça de chapa dos Democratas foi oficializada com a pré-candidatura a vice-governador em aberto. Mendes disse que a preferência do partido é pela escolha do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT-MT). Mas, a negociação também inclui o nome do deputado estadual Zeca Viana, presidente do diretório regional do PDT.
O acerto está relacionado à escolha de um segundo nome da chapa para a vaga remanescente ao Senado, decisão que tem gerado maior impasse no partido com entrada do PSD-MT no grupo. Zeca Viana defende o nome do deputado federal Adilton Sachetti (PRB-MT), representante do agronegócio em Mato Grosso, enquanto outros políticos veem o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) como o pretendente mais viável.
“Essa discussão será tomada em diálogo pelos principais envolvidos na chapa e esperamos definir a situação o mais rápido possível”, disse Mendes.
Joio e trigo
O ex-senador Jayme Campos, que voltará a disputar mandato no Congresso Nacional, criticou os ataques do governador Pedro Taques em sua fala no evento partidário. Ele diz que os comentários atribuídos ao tucano, envolvendo a coligação e políticos específicos, faz baixar o nível de discussões eleitorais.
“Entendo que as declarações não cabem a uma pessoa no cargo de governador. São críticas baixas, de ataque e não de proposta. Mas essas vão ser julgadas no final pelo tribunal eleitoral. O joio será separado do trigo”.
Na semana passada, durante entrevista, Taques chamou a coligação de oposição ao seu governo de “cozidão cuiabano”, que elementos bons e ruins. Sem citar nomes, ele fez referência ao grupo que vem sendo montado com DEM, MDB, PSD e PDT. O governador também teria feito crítica à situação financeira da família do deputado Fábio Garcia, presidente do DEM, que passa por crise financeira, ao se referir ao político como “Quebradinho Garcia”. Garcia se negou a responder ao comentário.