Intensas e pesadas têm sido as alfinetadas trocadas entre o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), e o governador Pedro Taques (PSDB). Os dois têm protagonizado trocas constantes de farpas na mídia, com uma série de acusações e réplicas, desde que Mauro se colocou na corrida ao Palácio Paiaguás, no início da semana passada. Na manhã desta quinta-feira (21), ele tornou a cutucar o governador ao afirmar que “tem gente que fala pelos cotovelos”.
Na semana passada, Taques sugeriu traições cometidas pelo ex-gestor de Cuiabá ao citar a “mudança de lado” de Mauro ao pedir voto para Wellington Fagundes, que teria sido traição à Jayme, que hoje caminha ao seu lado na busca por uma vaga ao Senado Federal. Depois, questionou a capacidade de administração de Mauro Mendes ao apontar a recuperação judicial declarada pela empresa do ex-prefeito. Sem deixar barato, Mauro sugeriu que as acusações são fruto de uma pessoa “desesperada”.
“O que está claro pra mim é que existe um descontentamento muito grande, muito grande, com a administração atual. Até no interior do Estado”, rebateu o ex-prefeito, na manhã desta quinta-feira (21). Ele também afirmou que gestores de outros municípios teriam se mostrado insatisfeitos com Taques diante de uma série de “promessas que foram feitas e mentiras que foram contadas”.
Mauro voltou a questionar a administração do governador, como vem fazendo há meses, mesmo antes de ter confirmado sua participação nesta eleição. “Eu peguei o balanço de Mato Grosso de 2017, 2016, 2015, que tem lá informações oficiais. São os números da administração do Estado de Mato Grosso e eu vi um resultado como já está escrito na mídia. Mato Grosso está literalmente quebrado”, reafirmou, em entrevista ao radialista Onofre Ribeiro, na rádio Jovem Pan.
Dívidas do governo com os municípios também foram levantadas por Mendes, que lembrou que, quando deixou a administração de Cuiabá, o Estado deveria cerca de R$ 25 milhões para a prefeitura. O ex-gestor também pontuou sobre a situação dos hospitais filantrópicos e da saúde pública do estado, que também teriam sido um dos fatores pelos quais Mendes deixou de apoiar Pedro Taques.
Em contrapartida, o governador também se aproveita de situações do governo para criticar Mendes. Em entrevista passada, disse que as obras pelas quais o ex-prefeito conseguiu bons índices de avaliação, como o Hospital São Benedito, por exemplo, foram iniciadas após seu mandato. Também nesta manhã, o ex-senador Júlio Campos aproveitou para lembrar à Taques o básico da administração pública: “lançar obras, repassar dinheiro, ele não faz mais que a obrigação”, pontuou ao jornalista Paulo Coelho, na rádio Capital FM.
Vale lembrar que o governador já havia "avisado" que não iria deixar acusações passarem em branco e, logo que soube da pré-candidatura de Mauro Mendes, avisou que a conversa seria no estilo "bateu-levou".
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