Política

‘A gestão é temerária e sabe que a Saúde é um negócio lucrativo’, diz vereador Abílio

A situação vivida na saúde pública de Cuiabá, que não difere de outros municípios do Estado, tem causado preocupação entre os vereadores. As crescentes denúncias de falta de materiais e o tratamento dado aos pacientes foram motivos para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI da Saúde, que deverá ser presidida pelo vereador Abílio Júnior (PSC). O requerimento de abertura, com nove assinaturas de parlamentares, foi protocolado na Câmara Municipal na última quinta-feira (14).

O requerimento da CPI foi assinado pelos vereadores Abílio, Dilemário Alencar (Pros), Diego Guimarães (PP), Gilberto Figueiredo (PSB), Marcelo Bussiki (PSB), Ricardo Saad (PSDB), Doutor Xavier (PTC), Felipe Wellaton (PV) e Toninho de Souza (PSD).

Abílio, que chegou a ser expulso da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio da Polícia Militar, afirmou que o Pronto Socorro vive uma situação de “ingerência, com uma gestão temerária”. Abílio destacou o pedido de demissão da ex-secretária de saúde, Eliseth Araújo, que, com outros outros 13 servidores, assinou uma carta expondo a fragilidade do sistema no âmbito municipal.

O vereador observou que a situação (lê-se superlotação e falta de insumos básicos) chegou ao ponto dos dias atuais em razão da gestão, sobre quem levantou a suspeita de que estariam utilizando a máquina pública para enriquecimento.

“Já ouviu falar em crise provocada? É quando a gente não planeja a solução para evitar que a crise aconteça. Nós estamos com uma gestão temerária. Uma gestão que sabe ganhar dinheiro da saúde, será que não é essa? Uma gestão que sabe que a saúde é um negócio muito lucrativo. Uma gestão que chama a polícia para vereador que vai fiscalizar. Será que essa gestão tem a clara intenção de resolver o problema de saúde? Ou não quer para dizer que o mérito é de outro gestor? Uma gestão que, às vezes, está mais preocupada com o próprio filho do que com o filho dos outros”, questionou o vereador, ao apresentar a CPI.

Dilemário observou que a prefeitura destinou R$ 750 milhões para a área da Saúde usar apenas em 2018. Por isso, ele questiona sobre como é possível, com um orçamento exorbitante, faltar insumos básicos para o funcionamento de uma unidade médica.

“A maioria da população que precisa de atendimento público da saúde vêm sofrendo com a falta de medicamentos e insumos básicos. Hoje falta uma simples dipirona nas unidades de saúde. Falta insumos, como esparadrapo, uma gaze para o servidor público atender o cidadão. E esta Casa de Leis vem levantando a voz, vem cobrando para que o orçamento, na casa de quase R$750 milhões para esse ano, na saúde, sejam bem aplicados. Ora, com esse montante de recurso, não se pode conceber que falte insumos básicos como a gaze para o servidor público atender bem ao cidadão”, pontuou.

No documento, os vereadores também levantaram a qualidade dos profissionais que atuam nas áreas de saúde, que, desde a demissão de Eliseth, foram apontados como de “más qualificados”. Ainda, questionaram a falta de medicamentos importantes e lembraram sobre a Central de Medicamentos de Cuiabá, onde diversos remédios “acabaram” poucos meses após uma compra milionária.

“Os indicadores da saúde só têm piorado. Não tem melhorado nada a questão da saúde de Cuiabá. Essa CPI é a favor do povo. É para quem está do lado do povo contra esse sofrimento que estão vivendo nas unidades de saúde”, defendeu o vereador Dilemário. “Nós vamos cobrar explicações de quem não trata a saúde do município como prioridade”, completou Abílio.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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