Dois homens foram presos entre a terça (5) e a quarta-feira (6) suspeitos de violentar sexualmente de uma criança de seis anos dentro da escola onde estudava. O caso aconteceu no município de Itapajé, no norte do Ceará.
O menino foi vítima dos suspeitos por quatro vezes. A descoberta do crime aconteceu no dia 29 de maio. Segundo a mãe da criança, que não será identificada, o menino chegou da escola reclamando de fortes dores, sem dizer o que tinha acontecido. Ele dormiu durante toda a tarde, algo que não era habituado a fazer. Depois de acordar, eles foram ao supermercado, com o menino ainda sentindo dores.
"Eu perguntava se ele tinha certeza que nada tinha acontecido, e ele sempre respondendo que não. Quando foi mais tarde, a minha outra filha já dormindo, eu disse para ele: 'a sua mãe é sua amiga, a mamãe sempre vai te proteger, você pode confiar na mamãe'. Aí ele me abraçou nesse momento e começou a chorar. Eu disse que ele não precisava voltar pra escolar se fosse o caso, aí ele começou a me relatar o que aconteceu, que o tio do colégio tinha feito uma coisa errada com ele", relata a mãe.
A mãe acionou o conselho tutelar, que colheu o depoimento da criança. Só então, a mãe descobriu que dois homens haviam cometido o crime. "Ele relatou que foram quatro vezes, no início da aula, na hora do recreio e uma vez no fim da aula. Ele gritava, pedia socorro, mas os homens falavam que se ele gritasse iriam matá-lo, que tinham a placa do meu carro, iam me sequestrar e colocar veneno em mim", conta a mãe sobre as ameaças dos suspeitos ao filho.
Impactos
A própria criança reconheceu os agressores por meio de fotos. O garoto passou três dias internado fazendo diversos exames médicos e tomando medicamentos, inclusive para prevenir possíveis infecções sexualmente transmissíveis.
"Ele disse que não podia fechar os olhos porque tinha pesadelo. Ele está na base de calmante e não quer dormir, começa a me chutar, está mais agitado e ele não é desse tipo. A minha outra filha não quer ir para a escola. Ela chora muito, não quer ver ninguém, está com muita dor pelo irmão. As nossas vidas foram destruídas, tudo o que sonhamos em construir aqui em Itapajé foi embora", diz a mãe. A família mora na cidade há um ano.
Suspeitos
Além desse caso é possível que a dupla de suspeitos tenha abusado sexualmente de outras crianças na escola. De acordo com Jarbas Alves, advogado da família do garoto, a polícia tenta identificar outras possíveis vítimas.
"É um crime hediondo porque a vítima é uma criança. Nesse tipo de crime, a regra é dura: não cabe fiança e nem tem liberdade provisória. Pela lei, eles vão ficar aguardando presos até o julgamento", explica.
Ainda segundo o advogado, a escola também pode ser responsabilizada pelo crime, ainda que seja por omissão. "É um espaço que tem que dar atenção, proteção e segurança às crianças. E foram empregados desse estabelecimento educacional".