Opinião

O amor

Incrível como o amor vai além. Na década de 60, num protesto contra a guerra do Vietnã, um homem evitou um grande conflito entre polícia e manifestantes colocando uma flor dentro do rifle de um guarda. Não houve batalha, pouco tempo depois a América sairia da guerra, mesmo que com o rabinho entre as pernas.  A humanidade precisa de tempos sombrios para relembrar que o amor é melhor que a guerra. As principais bandeiras dos hippies eram a luta contra as armas nucleares, luta por mais liberdade, abordavam questões como igualdade de direitos, defesa do meio ambiente. Qualquer identidade com os dias atuais não é mera coincidência: estamos sempre correndo atrás do rabo.

– Cada vez que alguém compartilha uma notícia sobre Trump ou Bolsonazi, você está dando voz a alguns que têm a mesma linha de pensamento anti-humana. Aí ela sai do armário – dispara Gustavo,  um grande amigo via msn.

A felicidade é uma arma quente. O amor próprio pode ser maior que o amor pelo próximo. Em tempos nebulosos, onde o dinheiro é a maior das religiões, pode se transformar quem pense diferente em inimigo, quem não seja da sua religião em coisa-ruim, separar dos queridos por teorias, dividir para conquistar. Cada vez mais as pessoas se isolam. Cada vez mais se cercam. As relações estão sendo substituídas por um chat na internet. Estamos vivendo uma guerra.

– O que devemos fazer então? Deixar o ódio ser disseminado? – pergunto em CAPS LOCK.

Inexplicável como o amor é libertador. Talvez por isso, esteja trabalhando tanto em casa. O cachorro lambendo o pé, o filho dando um sorriso largo, um “pai, eu te amo” entre um job e outro, um “pai!!!! Vem aqui!!!!” entre uma lauda de roteiro e outra, de certa forma, é o amor vencendo o capitalismo selvagem. Se a arte imita a vida, em todo filme americano que vejo, o cara que é o pica das galáxias está lá em cima no alto da torre, sozinho, único. Sei que tudo é mentira de uma grande metáfora, mas como dizia Shakespeare, “o amor não se vê com os olhos mas com o coração”. Não nasci pra isso. Quero um sofá manchado de ketchup, um tapete fora do lugar, quero que as crianças usem minha cama como pula-pula.  O amor vence.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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