Diversos órgãos públicos anunciaram a suspensão do expediente para esta sexta-feira (25), entre eles o Governo do Estado, a Prefeitura de Cuiabá e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Eles consideraram o desabastecimento causado em decorrência da paralisação nacional dos caminhoneiros. As suspensões são válidas apenas para esta sexta-feira.
No despacho que determinou a suspensão do expediente do governo, assinado pelo governador Pedro Taques e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Julio Modesto, Taques determina que os dirigentes dos órgãos e entidades garantam o funcionamento dos serviços essenciais.
Já no âmbito do TJMT, o presidente, desembargador Rui Ramos, também determinou a suspensão dos prazos processuais com datas de quinta (24) e sexta, atendendo a pedido feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).
A prefeitura de Cuiabá também anunciou a suspensão do expediente pelo mesmo motivo. Conforme o decreto, que circula no Diário Oficial de Contas, as atividades serão retomadas normalmente na próxima semana.
No interior do estado, outros municípios também anunciaram paralisação nas atividades. Em Nova Mutum, o expediente já havia sido suspenso nesta quinta-feira. Em Sorriso, a prefeitura também anunciou a paralisação das escolas em razão da falta de combustível e gás, o que impossibilitaria as unidades escolares de cederem alimentos às crianças.
Em apoio aos caminhoneiros, representantes do comércio de Primavera do Leste se reuniram na prefeitura e também decidiram pela suspensão das atividades, a partir das 15h desta sexta.
A greve
O movimento nacional começou na segunda-feira (21) em razão do aumento no preço do diesel, anunciado pela Petrobras na semana passada. Eles também pedem a redução dos impostos para baratear o frete. Na terça-feira, a estatal já havia anunciado a redução do combustível em 10% nas refinarias, pelo prazo de 15 dias. A redução, no entanto, não se aplica à gasolina.
Além de comprometer o combustível nos postos de gasolina, a greve também afetou o setor da aviação. Nesta quinta-feira, a Infraero apontou que poderia ocorrer a falta de querosene em alguns aeroportos. No entanto, assegurou que alguns dos principais aeródromos não devem sofrer com a paralisação. Entre os aeroportos administrados pela Infraero estão Marechal Rondon (Cuiabá), Santos Dumont (Rio) e Congonhas (São Paulo).
O setor de supermercados também foi afetado com a mobilização, uma vez que os alimentos não estão chegando às prateleiras. Em alguns estados também já foi registrada a falta de alguns alimentos, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Falta de combustível
No interior, Primavera do Leste, Tapurah e Nova Xavantina são alguns dos municípios que já não possuem combustíveis nos postos. Em Cuiabá, a situação também preocupa.
As filas para o abastecimento de veículos se formam em diversos pontos da cidade. Em alguns postos, o estoque de combustível zerou. Não há previsão para os caminhões-tanque deixarem as distribuidoras para reabastecerem os postos.
Além dos veículos de passeio, também foi afetado o transporte coletivo. Na tarde desta quinta-feira, a Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá anunciou a redução da frota de veículos.
Na noite de ontem, os pontos de ônibus estiveram lotados. Os veículos estavam cheios e, alguns pontos da Capital, não paravam para pegar novos passageiros. No ponto de ônibus em frente à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a população comentava sobre a falta dos carros.
"Não sei que horas vou chegar em casa", comentou a estudante de psicologia Maria Fernanda da Costa, de 22 anos. "Se a situação não normalizar, falam que não vai ter ônibus segunda-feira (28) . E ai não sei como que fica. Se tem aula, como fica o estágio".
Atualmente, apenas 50% dos ônibus está circulando na capital. A previsão é de que, caso não haja normalização dos serviços de abastecimento de combustível, o transporte público ficará suspenso já na segunda-feira.
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