O governador Pedro Taques (PSDB) reconheceu o direito dos caminhoneiros fazerem greve pelas suas reivindicações. No entanto, destacou que o Estado não pode ser responsabilizado por ações de governos anteriores e tampouco a União pode “jogar a conta nos estados”. A declaração foi dada à imprensa na manhã desta sexta-feira (25), durante coletiva sobre o Fórum dos Governadores do Brasil Central.
A greve dos caminhoneiros é uma das pautas discutidas no fórum. “Nós estamos sofrendo uma consequência da condução equivocada da política macroeconômica da União em períodos passados”, afirmou o governador. Taques reconheceu o direito dos caminhoneiros com o movimento grevista, mas criticou a forma utilizada para isso, uma vez que a paralisação tem resultado na falta de abastecimento de combustíveis e alimentos à população.
“Entendemos que a manifestação dos caminhoneiros é um direito fundamental, mas isso sem prejudicar o desabastecimento dos estados. Vejo que estados como esses do Brasil Central tem cidades longes, distantes das capitais, e isto pode causar desabastecimento para prejudicar o trabalho da segurança, da saúde. Estamos preocupados com isso”, afirmou o governador.
Ainda, Taques criticou a maneira de o governo federal lidar com a situação, uma vez que o acordo feito com representantes do movimento prevê a nulidade da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel.
O governador lembrou que a medida adotada pela União prejudica estados que já comprometem o valor do repasse. Ainda ponderou que Mato Grosso não tem condições de copiar a medida adotada pelo Rio de Janeiro, por exemplo, onde o governador anunciou a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel de 16% para 12% em troca da suspensão do bloqueio nas rodovias do Estado.
Segundo Taques, o Rio de Janeiro só tem condições de adotar a medida porque é um dos maiores beneficiados pela União com relação aos royalties do petróleo.