A Operação Luz da Infância 2 prendeu três pessoas no Estado de Mato Grosso acusadas de baixar, armazenar e compartilhar imagens de pornografia infantil. A operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (17) em 24 estados da federação e mais o Distrito Federal, cumpriu nove ordens de busca e apreensão nas cidades mato-grossenses de Cuiabá, Várzea Grande, Alto Garças e Barra do Garças. Os mandados tiveram acompanhamento de peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) no cumprimento.
Os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública e repassados à Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), que representou judicialmente pelos mandados, com base em elementos coletados em ambientes virtuais referentes à pornografia infantil.
Na região metropolitana de Cuiabá foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão por policiais da Diretoria de Inteligência, por meio da Gecat, e Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), resultando na prisão em flagrante de dois homens.
Um dos mandados foi cumprido bairro Coophamil na residência onde mora K.M.E, de 53 anos. No local foram encontrados imagens suspeitas de adolescentes nuas em um dos computadores da casa, onde os policiais acompanhados de peritos da Politec apreenderam 1 pendrive skandisk, 2 notebook’s e 2 celulares.
No bairro Jardim Gramado, rapaz (J.L.S, 26) foi levado para a Deddica após os policiais e peritos encontrarem na casa aparelhos eletrônicos e mídias com conteúdo pornográfico infantil. Os peritos coletaram materiais e foram apreendidos disco rígido do computador, 6 HD’s, sendo um externo, pendrive e 3 celulares.
Em outro endereço, no bairro Jardim Santa Isabel, os policiais aprenderam CPU e um celular. Em pesquisa no computador, os peritos encontraram imagens e vídeos de pornografia infantil. O usuário do computador não estava na casa e deve ser intimado para prestar esclarecimentos.
Os policiais também realizaram buscas em um endereço no bairro Carumbé, com informações de prática de pedofilia virtual. Em revista aos computadores do local, onde funciona um estabelecimento comercial, nada foi encontrado. No entanto, foram apreendidos sete HDs para perícia mais aprofundada.
Em Barra do Garças, na região central, foi preso o professor de inglês, A.C.N, 45. Ele foi autuado em flagrante no crime de adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), artigo 241-B.
Em sua casa os policiais encontraram um notebook conectado a internet e na tela havia vários ícones relacionados a pornografia infantil. Peritos da Politec, que acompanharam as buscas, fizeram análise do conteúdo e constataram que além de receber e baixar, os suspeitos compartilhavam imagens pornográficas de crianças e adolescentes a outros usuários na rede. O mandado foi cumprido pela equipe da Polícia Civil (Garra e 1ª Delegacia de Polícia).
Em Alto Garças, no local de busca não foi detectado conteúdo pornográfico, mas os policiais apreenderam três computadores que serão enviados para perícia. Não houve prisão. Na cidade de Várzea Grande também não ocorreu prisão, porém, um aparelho celular foi apreendido e será encaminhado à perícia.
Os trabalhos são realizados em conjunto pela Gecat, Delegacia Especializada de Defesa da Criança e Adolescente de Cuiabá (Deddica), Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande, além de unidades dos municípios do interior que tiveram ordens judiciais para o cumprimento.
O delegado da Gecat, Eduardo Botelho de Paula, disse que a Secretaria Nacional de Justiça (Senasp) encaminhou informações de endereços de IP (Protocolo de Internet) de pessoas que estariam fazendo download de pornografia infantil. “Com base nisso pegamos os dados cadastrais e representamos pelas buscas e apreensão em cada um desses domicílios que representam os endereços de ip”, explicou o delegado.
O delegado alertou para o compartilhamento de internet, uma vez que a proprietária do provedor é que tem o endereço classificado nas apurações. “Em alguns casos, as pessoas alegam compartilhar a internet com vizinho. Isso é perigoso, porque o que aparece o endereço da pessoa que é proprietária da internet do provedor. As pessoas devem que ficar atentas a isso”, alertou.