Durante a festividade em honra ao Senhor Divino realizada em Cuiabá, inquestionavelmente, a presença da banda musical era e ainda é presença aguardada e certa pelos devotos nos dias que marcam a visita da bandeira à cidade. Não se sabe ao certo qual foi a primeira banda a marcar presença nas visitações do Senhor Divino em Cuiabá, mas, se olharmos pelo viés histórico, certamente a presença fora de bandas militares.
A música é a mais delicada forma do homem encontrar a espiritualidade e essa verdade já era considerada pelos mais antigos religiosos e espiritualistas de nossa humanidade; não é de se estranhar que todas as religiões da Terra se valham da musicalidade para expressar o sentido da fé e da crença. Se unirmos a concepção desenvolvida na semana anterior em nossa coluna sobre as insígnias, perceberemos que, enquanto as insígnias representam a presença do Divino ao nosso lado, a banda que as acompanha é a anunciadora dessa presença que se aproxima de nossos trabalhos, escolas e residências, nos oferecendo a presença insubstituível daquele que É.
Durante uma das visitações que pudemos acompanhar da bandeira do Divino alguém falou “… a bandeira do Divino é Cristo que bate em nossas portas para entrar e fazer morada. E essa batida é o som dessa banda que sinaliza a distância aquele que se aproxima”, uma verdade profunda dita em poucas palavras. Aos sons profissionais dos instrumentos de sopro e percussão muitas esperanças são criadas, a fé é renovada e corpos se arrepiam enquanto hinos do passado e do presente são tocados evocando a luz que habita em todos nós, dando fundo musical às cores branco, vermelho e dourado que tomam conta do coração de nossa cidade nessa época do ano; sob os dedos musicais de Deise, Davene, Dilzemar, Alessandra, Kate, Tico e companhia, o Senhor Divino é louvado já há mais de década levando seus devotos à reflexão daquilo que ele representa para os seus filhos. São Francisco fez de sua vida um exemplo de amor às criaturas e às suas manifestações exatamente por reconhecer que Deus se mostra através de seus filhos. As liturgias, os ritos nos mostram exatamente isso: só é possível encontrarmos a Deus por meio das suas maravilhas que se manifestam no próximo. É urgente desenvolvermos em nós a sensibilidade espiritual, a capacidade de enxergarmos o divino através de suas manifestações diretas e indiretas e, nesse sentido, as artes são uma ponte por onde aquele que está buscando a espiritualidade pode se aproximar do belo cuja fonte é Deus. Nesta semana quando nos preparamos para a Celebração de Pentecostes e vivenciamos a última semana da tradicional Esmola do Senhor Divino, louvamos ao Divino Ser por manifestar-se a nós por meio de suas maravilhas e rogamos que ele, em sua misericórdia, abençoe aqueles que nos permitem aproximar-nos dele, pelas suas vidas e ou pelas suas obras, afinal de contas, a música já nos diz “Deus é brasileiro” e o hino reafirma “o Divino Espírito Santo é de Cuiabá”, dessa forma, não há o que temer, mas sim, muito a agradecer. Viva o Senhor Divino!!!