Esta semana tiveram início em Cuiabá as festividades de Pentecostes. A celebração cristã faz memória à descida do Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos que se encontravam reunidos em Jerusalém após a ascensão de Jesus aos céus depois da ressureição. No Brasil colonial o Senhor Divino, como é também chamado o Espírito Santo, era amplamente celebrado e comemorado pela alta sociedade do tempo e em torno dessas celebrações se reunia toda a sociedade da época. As festas em honra ao Divino Espírito eram, e ainda são, marcadas pela figuração monárquica. Bem sabemos que as festas de santos são formadas por festeiros que recebem títulos de reinados, obstante, em se tratando dessas festas, a figuração é imperial, fazendo menção direta à organização que marcava a época do início da tradição. A influência dessa época se manifesta até os dias atuais nessas celebrações através das famosas insígnias; o que são as citadas joias? As insígnias são sinais materiais da organização da festa, no entanto, acima disso, elas representam a manifestação do poder verdadeiro que é o Poder Divino. Sobre as coroas imperiais pousa o símbolo da cruz ou da pomba que costumeiramente representa o Divino Espírito, nas Festas do Divino uma mesma coroa, feita em prata e raramente em ouro, é colocada sobre as cabeças dos devotos: você é um príncipe, filho do Rei do alto, ele que repousa sobre as cabeças dos grandes repousa também sobre as cabeças dos pequenos, pois todos são iguais. As insígnias são as joias da coroa do Divino, representam sua força, influência e poder. São testemunhas das festas realizadas em sua homenagem. Em Cuiabá as insígnias são três: a Coroa (masculina e feminina), o Cetro, a Salva, a Bandeira e o Nicho. A Coroa representa o reinado divino que é estendido a todos os filhos de Deus, o Cetro representa o poder de ordem do alto que é também estendido às criaturas através do livre-arbítrio, a Salva representa a oferenda real e verdadeira, a oferenda do coração, a Bandeira representa a guarda e proteção do Divino que acoberta todos os filhos de Deus, e o Nicho representa a morada do Divino, a morada que na verdade são nossas casas, nossas famílias, à qual ele também deseja pertencer. Cada devoto é convidado a cobrir-se de insígnias durante essa festividade e lembrar-se daquilo que eles representam e querem nos fazer lembrar: somos filhos de um Grande Rei. O Espírito Santo é aquele que faz mover as coisas; ele se manifesta sempre sob a forma de uma pomba branca nas Escrituras. A pomba representa a união do céu com a terra, ela está entre os dois mundos e anuncia a todos o sinal da vida. Certamente o Espírito Divino não é uma pomba, essa foi uma das formas materiais como ele se manifestou na história cristã, mas ela representa com sucesso a influência e o poder do Espírito Divino sobre as criaturas. Que esse Poder nos Guarde, nos Guie e Proteja.
Viva o Senhor Divino!!!