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Presos, Cunha, Picciani e outros políticos vão lançar parentes nas eleições

RIO – Presos preventivamente desde novembro do ano passado, os deputados estaduais do Rio Jorge Picciani — presidente afastado da Assembleia Legislativa (Alerj) —, Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do PMDB, vão tentar manter parte do poder que tinham lançando integrantes de seu grupo político e familiares para concorrer nas eleições. Esse também é o caso do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no Complexo Médico Penal, em Curitiba, desde 2016.

Filha de Cunha, a publicitária Danielle é pré-candidata a deputada federal pelo Rio. Esta é a primeira vez que ela disputará um mandato eletivo. Quando o pai comandava a Câmara, Danielle aproveitava o livre acesso que tinha ao plenário e aos gabinetes dos deputados para captar clientes. Ela oferecia trabalho de assessoria, divulgação de mandatos e marketing político. Na época, a filha de Cunha conquistou as contas de, pelo menos, três deputados aliados do pai, que a pagavam com a cota parlamentar a que tem direito.

Já Jorge Picciani escolheu como seu substituto na Alerj o ex-prefeito de Queimados Max Lemos, que pretende concorrer para deputado estadual. Atual líder do PMDB na Assembleia, Rafael, filho de Picciani, não disputará a reeleição. Ele vai se dedicar aos negócios da família, já que seu irmão, Felipe, que tinha essa tarefa, está preso. O outro irmão, Leonardo, tentará a reeleição para deputado federal.

A ideia inicial era que Lemos concorresse para deputado federal, e não estadual, mas a prisão de Jorge Picciani provocou a mudança de planos.

— É uma forma de tentar reorganizar a nossa bancada na Assembleia, dar um volume maior para ela de novo — afirmou o ex-prefeito de Queimados, que é cotado para suceder a Jorge Picciani na presidência estadual do PMDB do Rio.

Apesar dos problemas enfrentados pelo partido no estado, a expectativa de Lemos é fazer a maior bancada da Alerj, elegendo de oito a dez representantes. Ele é o responsável por organizar a lista de candidatos a deputado estadual do PMDB.

Na janela para a troca de partido, encerrada no início deste mês, o PMDB foi o que mais perdeu deputados na Assembleia. Foram cinco baixas e uma filiação. Assim, na prática, a bancada peemedebista, formalmente com 11 integrantes, deixou de ser a maior da Casa, já que três (Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi) estão afastados do mandato. O PMDB acabou ficando do mesmo tamanho do que o PDT, com oito deputados.

O ex-prefeito de Queimados tentou minimizar o desgaste do partido na eleição:

— No meu caso específico, independentemente de ser do PMDB, de já ter feito campanha ao lado do (Jorge) Picciani, eu tenho uma história, tenho uma trajetória: fui vereador, presidente da Câmara, prefeito duas vezes.

Além de ter suas principais lideranças presas, como o ex-governador Sérgio Cabral, o PMDB ainda arca com a falência do estado, que culminou com o atraso de salários e aposentadorias, além da intervenção federal na Segurança Pública.

MULHER DE PAULO MELO

Entre os que pretendem tentar uma vaga na Alerj pelo PMDB está a mulher de Paulo Melo, Franciane Motta, ex-prefeita de Saquarema, na Região dos Lagos. Ela já está em ritmo de pré-campanha. No último dia 22, por exemplo, Franciane compareceu a duas feijoadas. “Hora de comer mais um pouquinho”, escreveu ela em uma rede social.

Já Albertassi deve ter dois integrantes de seu grupo político na disputa para a Câmara dos Deputados: América Tereza, ex-presidente da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), e Jackson Emerick, subdiretor da TV Alerj. América já disputou o cargo na última eleição e ficou como suplente.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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