Luiz Fernando Batista Alves Júnior, de 11 anos, finalmente conseguiu uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UT) do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSM) após quase uma semana de espera. Ele foi diagnosticado com aneurisma cerebral e teve a vaga garantida por determinação judicial, mas ainda assim só foi internado após a Justiça bloquear R$61 mil da conta do Estado.
A criança chegou em Cuiabá na noite desta quarta-feira (2), transportada por uma ambulância do município de Barra do Garças (distante cerca de 500 km) onde vive com a família. No entanto, ao chegarem no Pronto Socorro, a família ouviu dos funcionários que não havia leito na UTI para o menino.
“Eles falaram que ninguém avisou e que não tinha um quarto e uma cama na UTI pra receber ele”, denunciou o pai da criança à reportagem da TVCA. O menino passou os momentos iniciais na Ala Amarela do PSM e foi transferido a um leito da UTI em seguida.
Na semana passada, a família levou o menino para uma unidade de saúde em busca de atendimento, quando ele reclamava de dores de cabeça, que eram seguidas por vômito.
O diagnóstico foi feito ainda em Barra do Garças, quando o hospital informou que a criança precisaria de um neurocirurgião e um leito na UTI, sendo que não havia ambos na unidade. Então, a mãe da criança procurou a Defensoria Pública para tentar garantir a vaga. O pedido foi feito pela defensora Kamila Lima, em caráter liminar e, no mesmo dia, acatado pela justiça.
O Estado e o município tinham 24 horas para garantir o leito para Luiz, mas, passados quatro dias sem resposta, a defensora pediu o bloqueio de R$150 mil dos cofres públicos e conseguiu liminar parcialmente favorável.
Falta de leitos
A história de Luiz é semelhante a de Davi Gustavo, de 1 ano e 11 meses. Ele teve traumatismo craniano após a queda de uma lixeira de concreto na cidade de Sorriso (distante cerca de 420 km de Cuiabá) e também aguarda um leito na UTI.
A Defensoria Pública também solicitou à Justiça a vaga, que acatou o pedido. Estado e município têm até esta quinta-feira (3) para acolhê-lo. No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) já informou que a criança respira sem a ajuda de aparelhos e solicitou uma reavaliação da necessidade da UTI pediátrica.