Eu me mudei. Mudei de cidade. Mudei de casa. Mudei vida. Depois de 28 anos morando em Cuiabá me mudei para Sinop-MT. Não imaginei que estava tão cristalizada, porque viajo muito, conheço pessoas do mundo inteiro, logo, pensei: vai ser moleza; não está sendo. “Voltar pra casa” não é apenas físico, é altamente emocional, é voltar pra comportamentos conhecidos, emoções recorrentes, e o mais desafiador: voltar pra crenças de uma vida inteira. É me perceber tendo um comportamento que antes era automático, mas que agora, além de ser percebido, não cabe mais. É como diz meu amigo Mousinho, “construir o avião em pleno voo”. Percebo a importância de buscarmos a mudança, viajar (viajar traz o inesperado, quanto menos viajo, menos me desafio e cresço), mudar os móveis, a rota diária, a comida, conhecer pessoas diferentes do círculo de convivência, ler assuntos variados, enfim, sair do trilho de vez em quando. Percebi que meu trilho estava me deixando muito segura de mim, e isso é um veneno. Situações, locais, pessoas conhecidas me trazem segurança, mas criam ‘certezas ilusórias’, vou ficando descuidada. Não mudar é cristalizar crenças, hábitos, emoções, o destino. Como já disse Gabriel O Pensador: “Mude, que quando a gente muda o mundo muda com a gente, a gente muda o mundo na mudança da mente, e quando a mente muda a gente anda pra frente. E quando a gente manda ninguém manda na gente”. Pra eu ‘mandar’ em mim mesma eu preciso me enxergar, reconhecer os obstáculos que estão me impedindo de estar onde eu gostaria de estar e mudar. Portanto meu desejo pra você hoje: mude-se. Fique bem.