MENINA INOCENTE
A eterna capital de Mato Grosso, a nossa querida Cuiabá, guarda até hoje boas lembranças de pessoas que alegraram a alma cuiabana. Exemplo: Lenyr Clara Paes, a conhecida Preta, que teve a infância marcada pelos sorrisos, encantos de várias crianças da época. Quem dessa geração que não se lembra da menina-mulher conhecida como Preta com a infância repleta de luzes dos anjos da paz? Que injustiça cometida por nossos governantes em não ter até agora homenageado a figura carismática, inesquecível de Lenyr Clara Paes, a Preta! Ela era uma mulher que se vestia de menina, com vestido laise e laço no cabelo. Na realidade, ela só tinha corpo de mulher, sua mente era de criança. Preta, essa menina inocente, era beata da Antiga Catedral, amava o coreto, as praças Alencastro e da República. Figura obrigatória nas festas religiosas, nas grandes festas de aniversários infantis das tradicionais famílias, ela brincou com crianças de muitas famílias da nossa sociedade. Merecia uma praça, uma homenagem. É gente nossa, que faz parte da nossa história, que faz parte do pensamento coletivo do novo povo. Lembrança doce e serena de um tempo de paz, quando as crianças brincavam nas praças e calçadas de nossa capital.
BOLO DOS 300 ANOS
Se nos 250 anos foi o Centro da América do Sul, será que a Comissão dos 300 Anos já pensou qual será a logomarca? A receita do bolo dos 250 anos é uma receita super saborosa, a massa leve (eu tenho essa receita), falo sempre em meus lanches cotidianos. Em 1969 esse bolo consumiu 3.000 dúzias de ovos, 250 quilos de farinha de trigo, 100 quilos de manteiga, 100 litros de leite, 10 quilos de pó Royal, 150 quilos de açúcar, 70 quilos de frutas secas, sendo montado no Jardim Alencastro. Havia uma cozinha provisória na praça onde se preparava o bolo que rescendia com aquele cheiro inigualável. No dia do corte, o bolo de 8 de abril de 1969 foi cortado pela espada do fundador da cidade, Pascoal Moreira Cabral, e essa delícia foi servida a todos os presentes. Foi um ano marcante na memória cuiabana.
DELÍCIAS LEMBRADAS
Quando nos referimos às delícias lembradas, isso é uma prova de que a mulher cuiabana é superprendada nos dotes culinários, e a fabricação das delícias servia realmente como fonte de renda familiar. Antigamente essas mulheres eram consideradas banqueteiras, preparavam pratos deliciosos que ficaram na imaginação dos apreciadores da boa mesa. Exemplo: quindim e doces de Telé Vieira, torta branca de Elza Biancardini, filé a tornedor de Zélia Cardoso, carneiro recheado de Ercila Bucair, cuscuz paulista de Maria Galdina, os salgados de Maria José, as delícias de Leila Mansur e outras variedades; essas pérolas cuiabanas preparavam as delícias que eram dignas de aplausos. Sempre se primou na arte de bem receber com mesas fartas de sabores inigualáveis.