Jurídico

Deputado nega envolvimento em esquema e diz que cheque era empréstimo

Após não comparecer ao interrogatório marcado para o dia 3 de abril, o deputado estadual Baiano Filho (PSDB) finalmente foi ouvido pelo Ministério Público Estadual (MPE) na quinta-feira (12). Ele depôs a respeito dos cheque pelo qual é alvo na Operação Bereré, que investiga desvio de R$ 27 milhões dos cofres públicos por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ele negou envolvimento no caso.

Ao Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Baiano negou o envolvimento no esquema de corrupção ao responder sobre os cheques recebidos pelo chefe de seu gabinete, Luiz Otavio Borges de Souza. Segundo ele, os valores seriam fruto de empréstimos realizados durante campanha eleitoral. Ele também negou conhecer Claudemir Pereira dos Santos, apontado com um dos principais no esquema criminoso.

Em depoimento à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), Luiz confirmou ter recebido depósitos de cheques feitos por Claudemir. O valor teria sido utilizado para pagamento de despesas do gabinete. Ele também informou que já recebeu valores em suas próprias contas e que efetuou saques em nomes de terceiros. No entanto, disse que não conhece Claudemir.

Baiano Filho  falou que confia no chefe de gabinete e que essa confiança no colega de trabalho é que o mantém no cargo ocupado por ele desde 2011. De acordo com Luiz, ele e Baiano estão juntos desde 2004.

Em depoimento, o deputado estadual também afirmou não conhecer Claudemir e disse ter a consciência tranquila. “O valor é de um empréstimo que fizemos a meu pedido, mas não temos relação, não temos nada a ver”. Ao deixar a sede do Gaeco, ele tornou a afirmar que não faz parte de esquemas.

Sobre o interrogatório anterior, marcado ainda em março para o dia 3 de abril, os advogados do deputado informaram que ele estava em uma viagem para Brasília e, por isso, remarcaram o depoimento.

Bereré

A operação, deflagrada em fevereiro deste ano, é um desdobramento após delação do ex-presidente do Detran, Doia, que apontou suposto esquema de desvio de dinheiro na autarquia. Segundo ele, havia cobrança de propina com a EIG Mercados, que presta serviço de travame no Detran.

As investigações também apontaram possível participação de outros deputados no caso de corrupção, sendo eles o ex-deputado federal Pedro Henry e os deputados estaduais Wilson Santos (PSDB), José Domingos Fraga (PSD), Ondanir Bortolini (PSD), conhecido como Nininho, Baiano Filho (PSDB) e Romoaldo Júnior (MDB).

De acordo com o MP, o empresário Claudemir Pereira dos Santos, sócio da Santos Treinamento, teria sido o responsável pela emissão dos cheques e transferências ligadas aos parlamentares. Em depoimento à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), assessores da Assembleia Legislativa teriam confirmado o recebimento de valores, enviados por Claudemir, para os deputados citados.

Redação

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