Pousou nesta sexta-feira (6) no Aeroporto Internacional Marechal Rondon o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) trazendo à Cuiabá um grupo de venezuelanos imigrantes. Eles fazem parte de um processo de interiorização e foram remanejados de Roraima à capital mato-grossense.
O Circuito MT acompanhou, em tempo real, o processo iniciado pelo Governo Federal, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). Em Cuiabá, cerca de 66 venezuelanos desembarcaram e foram levados à um abrigo, providenciado pela Casa Civil.
No mês de março, a Casa do Migrante anunciou que recebeu pedido da ONU para que abrigasse aos venezuelanos. Antes, 33 pessoas já estavam no abrigo, sendo 30 haitianos e três venezuelanos. O local, coordenado pela Pastoral do Migrante, deve ser um abrigo provisório, até que os estrangeiros sejam reincorporados ao mercado de trabalho e consigam se sustentar.
Operação Acolhida
O esquema para realizar a transferência do grupo para outros estados, montado pela Polícia Federal, foi chamado de Operação Acolhida. Todos os venezuelanos remanejados aceitaram a mudança de forma voluntária e buscam oportunidades em Cuiabá e São Paulo. Antes de deixarem Roraima, todos receberam imunização contra doenças como caxuma, rubéola, febre amarela, sarampo, tétano, difteria e coqueluche.
O voo que partiu com destino à Cuiabá saiu de Roraima pouco depois das 10h (horário de Brasília), e aterrissou na capital mato-grossense por volta das 13h. O primeiro voo deixou o aeroporto de Boa Vista por volta das 10h (horário de Brasília) desta sexta-feira e pousou em Guarulhos às 13h.
Segundo o governo federal, as viagens foram arcadas com verba liberada pelo Ministério da Defesa para auxiliar ações humanitárias aos venezuelanos. A quantia, no valor de R$190 milhões, foi liberada por meio da Medida Provisória 823/2018.
Processo de interiorização
A interiorização é uma estratégia adotada a fim de oferecer aos imigrantes melhores condições para viverem e trabalharem no Brasil. O grupo de venezuelanos, um total de 267 pessoas, entrou no país de forma clandestina pela fronteira de Roraima e foi acolhido pelas autoridades.
No início de fevereiro, o presidente Michel Temer chegou a enviar um grupo das Forças Armadas para conter o fluxo de imigração no norte do país. A estimativa é de que cerca de 400 venezuelanos atravessem a fronteira do país diariamente. Apenas na capital de Roraima, o número chegou a 40 mil, já que, desde 2015, cidadãos do país vizinho têm buscado refúgio no Brasil para fugir da crise política e econômica instalada no regime Nicolás Maduro.