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Hip Hop Cuiabano comemora aniversário de Cuiabá adiantado

“A intenção maior é trazer a galera do bairro para subir pra cá, no Verdinho, para sentir o espaço, usar o bairro”, conta Breno Pina em entrevista. O evento é aberto principalmente a moradores, bandas e grupos de rap do CPA. A vontade de valorizar seu próprio bairro e cultura do hip hop é um dos objetivos.

Pina acrescenta que o evento “é aberto para o hip hop, para os artistas do hip hop virem se apresentar. Como se [o Verdinho Vive] fosse uma janela, uma vitrine para eles. A prioridade são eles. A gente tenta usar a própria cena [do hip hop] para valorizar o lance”.

A desvalorização de cidades é comum e constante quando se trata de pequenos municípios ou capitais que não fazem parte do vasto leque de metrópolis famosas. Parte desta desvalorização vem de jovens ambiciosos que acreditam no sucesso e prestígio longe de suas cidades natais. Em contrapartida, há aqueles que batalham para valorizar onde moram, procurando revitalizar locais e dando espaço para quem precisa ser reconhecido por seus talentos e habilidades.

Bruno da Silva Pina, 31 anos, é um dos que apostam em Cuiabá. Conhecido também como Breno Dz6 e membro do grupo de hip hop Cuiabang,  é rapper e idealizador e um dos organizadores do Verdinho Vive, um evento que acontece desde dezembro de 2017 no Ginásio Verdinho, localizado no CPA I, e busca unir hip hop, break, grafite e skate para os moradores do bairro.

No dia 1º de abril, o Verdinho Verde vai realizar a sua 6ª edição no Ginásio Verdinho a partir das 16h20, com previsão de término às 21h. Com o nome Cuiabá 299 Maneiras, a nova edição celebra antecipadamente o aniversário do município. Cuiabang, Controvérsia e Pavio Curto são alguns dos nomes com presença marcada na nova edição. São esperadas homenagens por meio do rap e break para a cidade.

Haverá também uma batalha de MCs e o vencedor levará para a casa um beat produzido por Will Diamond, um dos maiores produtores nacionais.

Segundo Breno Dz6, em entrevista ao Circuito Mato Grosso, mais de 50 compositores já passaram pelo evento. Nomes como Árvore da Vida, Caio Matoso, Família THC e Free World já passaram por lá, e alguns deles, inclusive, são constantes nas edições.

Uma das principais características do Verdinho Vive é a união. O evento é totalmente independente e amigos de Breno Pina o ajudam voluntariamente com aquilo que é necessário para fazê-lo acontecer. “Quem organiza sou eu e alguns amigos, como Jean Bass, que cede o som. Tem a parceria também com o DJ Spinha, com o programa “Representa”, onde ele divulga. Tem parceria com o DJ Draw, quem também ajuda a fazer o evento. Marco Aurélio é quem cede a tenda”, conta o rapper.

O desafio de unir a comunidade do CPA

A independência faz com que tudo seja feito pelos próprios organizadores, e isso inclui a própria divulgação de cada edição a ser realizada. Devido à popularidade do Verdinho Vive, a edição é anunciada poucos dias antes na fanpage do Facebook e ganha força principalmente pela divulgação feita por amigos e familiares. A Rádio Comunitária CPA FM é outra força essencial para a divulgação.

Até então, a maior ajuda que o Verdinho Vive teve com comerciantes locais foi a contribuição com a oferta de alguns prêmios para as batalhas de MCs, mas falta um maior investimento. “Os comerciários da comunidade deveriam investir nisso. Investir mesmo, em dinheiro, porque há retorno. Eles não veem como um lance vantajoso investir dentro da comunidade de que fazem parte”, revela.

O Verdinho Vive nasceu pela vontade de Breno Pina e seus amigos de promoverem uma confraternização entre a comunidade do hip hop cuiabana, no Natal de 2017, porém o evento aconteceu uma semana antes, no dia 17 de dezembro. Desde então, a festa já teve outras quatro edições e a partir de abril ocorrerá no primeiro e último domingo do mês. A última edição contou com cerca de 250 pessoas; a entrada é sempre gratuita.

Apesar dessa peculiaridade, Breno Pina evidencia que o evento é aberto para todos, contando que é bem comum encontrar em seu público pessoas do bairro de Santa Izabel e Várzea Grande, e conclui: “É evento imprevisível, maneiro, cheio de jovens, que fazemos com o maior carinho para a galera, e convido Cuiabá inteira para vir conhecer o Verdinho Vive”.

A paixão de Dz6 pelo hip hop tem 12 anos e começou em uma batalha de MCs no Festival Consciência Hip Hop. Na época, não houve apenas um único vencedor já que aconteceu um empate entre ele e outro rapper. Mais tarde, em 2007, o festival cresceu com a presença de rappers brasilienses, goianos e campo-grandenses, e Pina ganhou a batalha apesar da nova concorrência. Naquele mesmo ano, o rapper começou sua jornada como MC e produtor de eventos para os amantes de hip hop, como o Sexta Rap que acontecia no CPA I.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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