Jurídico

Gaeco vai investigar Wilson e outros quatro deputados por desvios no Detran

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público Estadual, passa a investigar o secretário de Cidades Wilson Santos (PSDB), e os deputados estaduais José Domingos Fraga (PSD), Ondanir Bortolini (PSD), conhecido como Nininho, Baiano Filho (PSDB) e Romoaldo Júnior (MDB). Por possuírem foro privilegiado, a investigação teve que ser autorizada pelo Tribunal de Justiça (TJMT).

O pedido do MP foi para estender as investigações da a Operação Bereré, deflagrada em fevereiro passado, sobre desvios no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), montante estimado em cerca de R$27 milhões. O requerimento foi julgado pelo desembargador José Zuquim Nogueira na última quarta-feira (21).

Os deputados foram incluídos nas investigações após terem sido citados em depoimentos ao Ministério Público. Conforme as investigações, os políticos poderiam estar envolvidos no esquema de recebimento de “vantagens indevidas” por meio de cheques e triangularizações de transferências bancárias.

De acordo com o MP, o empresário Claudemir Pereira dos Santos, sócio da Santos Treinamento, teria sido o responsável pela emissão dos cheques e transferências ligadas aos parlamentares. Em depoimento à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), assessores da Assembleia Legislativa teriam confirmado o recebimento de valores, enviados por Claudemir, para os deputados citados.

Além dos novos políticos envolvidos, também são investigados no caso o presidente da Assembleia Legislativa Eduardo Botelho e o deputado Mauro Savi, ambos do PSB, além do ex-deputado federal Pedro Henry. Os parlamentares chegaram a ter mandato de busca e apreensão decretados em suas residências. Eles também têm parte dos bens bloqueados.

Outro lado

O secretário Wilson Santos, que foi citado como parte envolvida no esquema no depoimento de Antero Paes de Barros, não foi localizado. Pela assessoria, o Circuito MT foi informado que Wilson ainda não foi notificado sobre a investigação e que não vai comentar até ter ciência do teor da acusação.

Romoaldo Júnior informou estar à disposição do Ministério Público para esclarecimentos e se disse tranquilo quanto a acusação.

Nininho se manifestou indignado com a situação. O deputado comentou que “mais de duzentas pessoas participaram das movimentações de cheques hoje apuradas pelo Gaeco e que o seu, especificamente, era de apenas R$ 1 mil, oriundo de movimentação legal, retirado em factoring e destinado a pagamentos de despesas comuns. O parlamentar afirma não saber que este cheque tinha ligação com a pulverização de dinheiro ilegal da esquema no Detran-MT”. Ele se colocou à disposição da Justiça para esclarecimentos.

Já o deputado José Domingos Fraga declarou que não vai se pronunciar.

Redação

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