Das 24 horas que temos por dia, pelo menos oito deveriam ser destinadas ao sono. É dormindo que o corpo faz uma “limpa” no organismo e acumula energia o suficiente para o dia seguinte. Hoje, Dia Mundial do Sono, especialistas reforçam a importância de um bom descanso.
— É o período em que o nosso organismo realiza funções importantíssimas com consequências diretas à saúde, como o fortalecimento do sistema imunológico, secreção e liberação de hormônios (como o do crescimento, a insulina e outros), consolidação da memória, isso sem falar no relaxamento e descanso da musculatura — lista Renato Calil, pneumologista e especialista em medicina do sono do hospital Caxias D’Or.
Não dormir o mínimo necessário por noite traz inúmeros prejuízos para o corpo e a mente, como explica Andrea Bacelar, médica neurologista, presidente da Associação Brasileira do Sono:
— As pessoas estão dando pouca importância para o assunto e estão dormindo menos do que o necessário. É preciso respeitar o tempo de descanso do organismo. Caso contrário, isso gerará consequências imediatas, como irritabilidade, falta de concentração, alteração dos reflexos, e, em médio prazo, ganho de peso, hipertensão, diabetes e envelhecimento precoce.
Uma das maneiras de regularizar o sono e garantir o mínimo necessário para a manutenção da saúde, é deitar e se levantar sempre no mesmo horário, até mesmo nos fins de semana. Deixar o quarto escuro, silencioso e em temperatura amena (no máximo 25 graus) também ajuda. Levar eletrônicos para a cama deve ser evitado, pois a luz desestimula o sono.
As bebidas alcoólicas e aquelas que levam cafeína devem ser tomadas seis horas antes de ir deitar, assim como a última alimentação precisa ser ingerida com duas horas de antecedência.
Maioria da população dorme mal
Segundo a Associação Brasileira do Sono, 76% da população já teve alguma dificuldade para dormir. Os motivos são variados: de estresse a distúrbios, como insônia, apneia e sonambulismo.
— Os distúrbios do sono causam uma significativa redução do alerta. O Brasil é recordista mundial em acidentes de trânsito e as duas maiores causas são o álcool e o sono — afirma Renato.
De acordo com Andrea, muitos não procuram ajuda porque não sabem que possuem transtornos.
— É importante que as pessoas saibam que existem tratamentos especializados.
Horas necessárias de sono por faixa etária
Recém-nascido (0 – 3 meses): 14 a 17 horas por dia
Bebê (4 – 11 meses): 12 a 15 horas por dia
Primeira infância (1 – 2 anos): 11 a 14 horas por dia
Pré-escola (3 – 5 anos): 10 a 13 horas por dia
Idade escolar (6 – 13 anos): 9 a 11 horas por dia
Adolescentes (14 – 17 anos): 8 a 10 horas por dia
Jovem adulto (18 – 25 anos): 7 a 9 horas por dia
Adulto (26 – 64 anos): 7 a 9 horas por dia
Idoso (a partir de 65 anos): 7 a 8 horas por dia
Fonte: Fundação Nacional do Sono (National Sleep Foundation), dos Estados Unidos.